Tragédia Yanomami
Em janeiro, o casal de repórteres foi até a reserva indígena Yanomami, em Roraima, e se deparou com uma verdadeira tragédia humanitária em comunidades da região. Com o avanço do garimpo ilegal, equipes de saúde foram expulsas da região, famílias inteiras de indígenas foram vítimas de desnutrição, malária, pneumonia e contaminação por mercúrio.
"Foi a pior coisa que já vi na minha vida. Já cobri campo de refugiado, já cobri conflito, já cobri tragédias e nunca vi nada tão horrível antes. A aldeia virou uma ilha no meio do garimpo. Nós estávamos com o helicóptero da Força Aérea Brasileira e os garimpeiros vinham para cima da gente, nos encarando, nos desafiando, sem respeitar a autoridade. Uns mostrando armas. Vi um cara com uma arma apontando para a gente", recorda.
As imagens de indígenas extremamente magros, desnutridos e doentes chocaram o país e o mundo. "Nunca vi criança desnutrida daquele jeito, eram velhos, idosos, e sem estrutura para o atendimento deles. Não carreguei criança porque queria aparecer na televisão carregando criança. Carreguei porque alguém tinha que levar. Eram nove crianças e um adolescente, mas tinha pouca gente e alguém tinha que carregar e carreguei também", afirma.
Sônia conta que sofreu para colocar no ar a imagem em que carrega a criança Yanomami no colo.
"Eu não queria botar no ar. Porque eu achava que chamaria atenção para mim e não queria isso, eu achava que você [o repórter] não pode chamar atenção. Depois fui convencida de que a imagem mostraria a falta de estrutura", conta. "Emocionalmente [a tragédia Yanomami] foi das matérias mais difíceis que já fiz. Pretendo voltar lá assim que eu conseguir. É muito difícil o acesso, porque é uma área restrita. Você não pode pegar um avião e falar: 'estou indo ali na reserva'. A FUNAI tem que autorizar, você tem que ter autorização para entrar em cada aldeia, tem que ter apoio das forças armadas, e as distâncias são grandes, você não consegue alugar um helicóptero, não é simples assim. Tem que ter toda estrutura que te permita ir. Mas devo voltar em breve, estou negociando", avisa.
Filha, mãe e avó Entre as longas viagens pelo Brasil e pelo mundo para fazer matérias para o Fantástico, Sônia, muitas vezes, fica longos períodos longe dos filhos -- a influenciadora Mariana Bridi, de 38, de sua relação com o diretor Edson Spinello, de 63, e do estudante de Biologia Pedro Bridi Zero, de 21, com Paulo -- além dos dos dois netos: Aurora, de 8 anos, e Valentim, de 5 [filhos de Mariana com o ator Rafael Cardoso, de 37]. "Se por um lado viajo com meu marido, meus filhos ficavam sem pai e sem mãe. Isso é uma coisa que eu converso muito com eles. Fui ser correspondente quando a Mariana tinha 11 anos de idade. Aí você estava em um país estranho, Mariana ficava em Nova York com 11 anos e eu lá no Ártico no meio do gelo, fazendo não sei o quê. Fui para o México porque aconteceu um atentado... Os dois passaram muito por isso. Pedro mais ainda porque começou mais cedo", conta.