28/08/2023 às 07h09min - Atualizada em 28/08/2023 às 07h09min

PF apreende média de R$ 16 mil por dia em ouro de garimpos ilegais. Destaque para Roraima.

A Polícia Federal (PF) apreendeu 205 kg de ouro ilegal nos últimos 10 anos em todo o país, uma média de 53 gramas por dia. Essa quantidade corresponde a um total de R$ 63 milhões, ou R$ 16 mil por dia, em valores atuais.

Em pó, barras ou bolotas, todo esse ouro apreendido está relacionado a ocorrências de crimes de mineração ilegal, o que inclui o garimpo ilegal, mas também outras partes dessa cadeia criminosa, como o transporte e venda desse minério.

Amazônia sob ataque

Uma boa parte desse ouro ilegal (41,7%) foi apreendido em ocorrências da Polícia Federal de estados da Amazônia Legal. No entanto, uma única grande apreensão de 111 kg de ouro – mais da metade do apreendido em dez anos – colocou o estado de Goiás em primeiro lugar no ranking de apreensões. Foi um caso de um avião recheado com barras de ouro, abordado logo após pousar no aeroporto de Goiânia, em junho de 2019.

Acontece que, mais tarde, uma investigação da PF identificou que essas barras de ouro apreendidas em Goiás vinham de garimpos ilegais do sul do Pará e norte do Mato Grosso, estados que compõem a Amazônia Legal.

Isso significa que de todo ouro ilegal apreendido pela PF nos últimos 10 anos no Brasil, pelo menos 95,8% foi apreendido ou é proveniente de estados da Amazônia Legal.

Prisões no Norte

O destaque da Amazônia Legal como alvo dos garimpeiros também fica evidente quando se analisa os números da PF de prisões em flagrante por crimes de mineração ilegal. O estado com mais prisões é Rondônia, seguido pelo Mato Grosso, Pará e Roraima.

Roraima virou destaque nacional por conta do difícil e sangrento processo de retirada de milhares de garimpeiros em território indígena Yanomami, o que ainda acontece.

 Em Rondônia, o estado com mais prisões, houve uma operação da PF e do ICMBio, no último mês de julho, que chamou atenção por conta da grandiosidade. A área usada para extração ilegal de cassiterita tinha o tamanho de 118 hectares. Garimpeiros fugiram se esconderam na mata para evitar o flagrante.

A cassiterita é usada para extrair o estanho, metal que, por sua vez, é usado para produzir ligas usadas na fabricação de diversos materiais, desde latas a utensílios domésticos e industriais.
O local explorado pelos garimpeiros de forma ilegal ficava em uma região de difícil acesso na divisa de Rondônia com o Amazonas e só foi identificada graças ao monitoramento via satélite.

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