18/04/2023 às 08h15min - Atualizada em 18/04/2023 às 08h15min

Situação yanomami é fruto de sucateamento, diz ministério.



Para a antropóloga Beatriz Matos, diretora de Proteção Territorial e de Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato do Ministério dos Povos Indígenas, as bases de proteção das comunidades isoladas estão em situação precária. Segundo ela, “há um problema seríssimo de recursos humanos”.

“Entre os yanomamis, há povos isolados e parte deles de recente contato. Aquela situação é fruto do sucateamento. Assumimos esse departamento no MPI preocupados com o órgão indigenista. Sem condição nas bases, é impossível ação efetiva de proteção aos direitos desses povos”, afirmou. 
Ela afirma que a recusa de contatos de povos isolados deve ser respeitada e que atribuir a crise humanitária dos yanomamis a uma possível passividade da comunidade “chega a ser perverso”. Segundo a diretora, “o que os faz vulneráveis é a ocupação violenta do território, que é deles ancestralmente. Estão lá muito antes de o Brasil existir”.
“Temos de combater as invasões para que possam viver da maneira que eles entendem ser a melhor”, disse a diretora do Ministério dos Povos Indígenas.

Beatriz trabalha com indígenas isolados e de recente contato desde 2004, atuando no Vale do Javari, no Amazonas. Ela era casada com o indigenista Bruno Pereira, morto junto com o jornalista britânico Dom Phillips, em 5 de junho de 2022.

Ela e Bruno são uns dos fundadores do Opi (Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados), criado em 2020 para monitorar e pressionar o governo Bolsonaro a manter políticas para os povos indígenas nesta situação.


Ela foi nomeada a diretoria do Ministério dos Povos Indígenas em 14 de fevereiro deste ano. Para Beatriz, apesar de haver pessoas que atuaram e votaram contra os direitos indígenas na base do governo Lula, a “situação é infinitamente mais favorável que no governo passado”. 

 
“Claro que há forças contraditórias no próprio governo. Também é um trabalho didático. Tendo indígenas nos fóruns mais centrais, como uma ministra, vão ouvir realidades que normalmente não ouviriam. […] É um trabalho de articulação”, disse.

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