08/10/2023 às 09h11min - Atualizada em 08/10/2023 às 09h11min

Venezuela e Guiana batem boca em briga por território e petróleo: 'Arrogante e hostil'.

A disputa, que remonta ao século 20, foi revivida em 2015 quando a americana ExxonMobil encontrou reservas de petróleo em frente ao litoral do país. As licitações petrolíferas iniciadas recentemente pelo governo guianês nas águas em disputa aumentaram ainda mais as tensões.

- (Com informações da AFP e RFI)
A Venezuela acusa Guiana de ter uma atitude "arrogante e hostil", depois que o governo guianês se negou a participar de uma reunião proposta pelo presidente Nicolás Maduro para resolver a controvérsia territorial entre os dois países. As reservas de petróleo em frente ao litoral venezuelano estão no centro das tensões.

A Guiana "mais uma vez se mostra um governo subalterno, refém da transnacional ExxonMobil, que a proíbe de retomar o diálogo soberano com a Venezuela", disse em um comunicado a chancelaria venezuelana. "A posição arrogante e hostil da Guiana, negando o diálogo e a diplomacia, é o maior obstáculo para alcançar uma solução", continuou.
A Guiana se negou no sábado (30) a participar da reunião de "alto nível" proposta por Maduro, que busca resolver, por meio da negociação, a controvérsia territorial de Essequibo, uma região de 160.000 km² rica em recursos naturais.

A disputa, que remonta ao século 20, foi revivida em 2015 quando a americana ExxonMobil encontrou reservas de petróleo em frente ao litoral do país. As licitações petrolíferas iniciadas recentemente pelo governo guianês nas águas em disputa aumentaram ainda mais as tensões.

A negativa do governo da Guiana se deve ao fato de considerar que a via para resolver a disputa é a Corte Internacional de Justiça, que trata do tema desde 2018, quando o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, lhe delegou o caso após mais de duas décadas de negociações sem "avanços significativos". A Guiana "não participará de nenhuma evasão" da Corte Internacional de Justiça, disse o governo guianês.

Arbitragem de Paris ou Acordo de Genebra?
A Guiana defende um limite estabelecido em 1899 por uma corte de arbitragem de Paris, enquanto a Venezuela reivindica o Acordo de Genebra, assinado em 1966 com o Reino Unido antes da independência guianesa, que estabelecia bases para uma solução negociada e não reconhecia o acordo anterior.

Nos últimos anos a Guiana vem despontando economicamente na região com a exploração de jazidas de petróleo. A estimativa é que a produção petroleira deste país que faz fronteira com o norte do Brasil e com o leste da Venezuela chegue a produzir até 750 mil barris de petróleo até o ano 2025. Enquanto a Venezuela tenta, sem sucesso, reativar seu parque industrial petroleiro, abalado pela falta de manutenção e pelas sanções impostas principalmente pelos Estados Unidos.
 
Décadas de disputa
Esse território de 160 mil km², localizado na fronteira entre Venezuela e Guiana e coberto por uma densa selva e cortado por rios, é rico em recursos naturais. Em 2015, a empresa norte-americana Exxon Mobil encontrou jazidas de petróleo na costa do Esequibo e desde então vem explorando a região.
 
A Guiana defende a fronteira estabelecida em 1899 por uma corte de arbitragem em Paris. A Venezuela, por sua vez, reclama a aplicação do Acordo de Genebra, firmado em 1966 com o Reino Unido, antes da independência guianense, que reconhece a reivindicação de Caracas.
 
Em geral, a população afirma que o Esequibo é venezuelano, tal qual se aprende nas escolas; embora na região o idioma vigente seja o inglês.
Pouquíssimos venezuelanos conhecem o Esequibo. Para visitar a essa localidade saindo da Venezuela é preciso passar pelo estado brasileiro de Roraima, entrar na Guiana para então chegar ao território que suscita a disputa binacional.
 
Por sua vez, a Guiana incluiu o Esequibo dentro dos seus limites na Constituição de 1980, considerando o território de sua soberania. O Esequibo literalmente separa a Venezuela e a Guiana.

Petróleo
O presidente Irfaan Ali, que chegou ao poder em agosto de 2020, garantiu nesta segunda-feira que irá "defender a soberania e integridade territorial da Guiana por meios legais e pacíficos".
 
Na última Assembleia Geral da ONU, Irfaan Ali denunciou ter recebido ameaças da Venezuela. Segundo ele, o país vizinho está "atacando a paz e a segurança da Guiana”.
Nos últimos anos a Guiana vem despontando economicamente na região com a exploração de jazidas de petróleo. A estimativa é que a produção petroleira deste país que faz fronteira com o norte do Brasil e com o leste da Venezuela chegue a produzir até 750 mil barris de petróleo até o ano 2025.
 
Enquanto a Venezuela tenta, sem sucesso, reativar seu parque industrial petroleiro, abalado pela falta de manutenção e pelas sanções impostas principalmente pelos Estados Unidos.
 

 

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