30/10/2023 às 14h01min - Atualizada em 30/10/2023 às 14h01min

Mãe da filha de Telmário Mota foi morta dias antes de depor contra ele por estupro.

Telmário é acusado de estuprar a própria filha. Antônia, mãe da jovem de 17 anos, iria prestar depoimento, mas foi morta três dias antes

Antônia Araújo de Souza, de 52 anos, mãe da filha do ex-senador Telmário Mota foi executada com um tiro na cabeça três dias antes de prestar depoimento como testemunha em uma denúncia por estupro contra o político. No caso, que tramita no Judiciário, a filha do ex-casal diz que foi estuprada pelo pai em agosto do ano passado, quando saiu para comemorar o Dia dos Pais.

 Foi deflagrada nesta segunda-feira (30/10), pelas polícias Civil de Roraima e do Distrito Federal, uma operação que tem como objetivo prender o ex-senador por suspeita de ser o mandante do homicídio. Telmário estava em Brasília, mas saiu do local onde estava nesta segunda. Delegado responsável pela investigação, João Evangelista não descarta que o político tenha obtido informações antecipadas sobre a ação.

Quando o estupro teria sido cometido, a filha de Telmário tinha 17 anos. Na época, o caso foi noticiado pelo G1, que informou ter ouvido a jovem com autorização da mãe.
Ela contou, então, que o pai tentou tirar a sua roupa dentro do carro e tocou as suas partes íntimas. Ele confiscou o telefone da adolescente, para evitar que ela pedisse socorro. O senador negou e disse que era vítima de perseguição política.

Telmário segue foragido

O delegado João Evangelista afirmou que Antônia iria prestar depoimento à Justiça no dia 2 de outubro, uma segunda-feira, mas foi morta na sexta-feira que antecedia o depoimento. “A Antônia era uma testemunha muito importante daquele processo”, disse o delegado.
As polícias de Roraima e do Distrito Federal continuam na busca do político, que é considerado foragido, segundo o delegado.
 A polícia já prendeu, no interior de Roraima, o suspeito de ser o executor do homicídio. Outro envolvido é um sobrinho do ex-senador, e também está foragido. A polícia aponta, ainda, suspeita de envolvimento de uma ex-assessora de Telmário. O delegado explicou que ela escondeu a motocicleta usada no crime e ajudou a monitorar a vítima.

Telmário acusado de agressão

Telmário também foi acusado, em 2015, de ter agredido Maria Aparecida Nery de Melo, uma jovem de 19 anos que afirmou à polícia “ ter apanhado até desmaiar”. O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de uma investigação sobre o caso, em agosto de 2016.

A jovem ainda afirmou à polícia que tinha relações com o então senador desde os 16 anos. Um mês depois da abertura do inquérito, Maria Aparecida pediu para retirar a queixa e alegou que se machucou ao tentar agredir o parlamentar. A queixa não pôde ser retirada. A PGR quer que o senador e a estudante sejam ouvidos novamente, bem como o advogado que a acompanhou quando ela foi à polícia.

Festa durante a pandemia de Covid-19

Em janeiro de 2021, enquanto ainda era senador, Telmário Mota realizou uma festa na Praça do Grêmio, no Centro de Rorainópolis, ao sul de Roraima, enquanto o estado passava pela fase mais grave da pandemia de Covid-19. A festa ocorreu após a Saúde anunciar que o estado vivia a fase grave da pandemia.

De acordo com a Polícia Militar (PM), entre 1,5 mil e 2 mil pessoas estiveram no local, no entanto, não foi oficializado nenhum pedido para que os agentes realizassem policiamento na área.

Cerca de três meses depois, Mota recebeu a primeira dose da vacina contra a Covid-19.

Desvio de verbas
Em 2016, a médica Suzete Oliveira, esposa de Telmário, foi condenada a seis anos de prisão por envolvimento no esquema de desvio de verbas públicas que ficou conhecido como “escândalos dos gafanhotos”.

Em maio de 2016, a médica se entregou à polícia e foi levada para a Cadeia Pública Feminina, na zona Rural de Boa Vista. Suzete Oliveira foi solta no mesmo mês, depois de a juíza Rosimayre Gonçalves de Carvalho, do Tribunal Regional da 1ª Região, conceder habeas corpus.
 
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