30/10/2023 às 19h26min - Atualizada em 30/10/2023 às 19h26min

Com ex-senador Telmário Mota foragido por assassinato, delegado cogita vazamento de operação: 'Tem muita influência'.

A Polícia Civil realizou nesta segunda-feira buscas na fazenda do ex-parlamentar, em Roraima, e em um apartamento em Brasília, mas ele não foi encontrado.

- Fonte: POlícia Civil/O Globo
A POlícia de Roraima ocupou a Fazenda Real, de propriedade de Telmário, mas não o encontrou. Fotos: Polícia Civil/RR
O ex-senador Telmário Mota é considerado foragido para a Polícia Civil, após a operação desta manhã que cumpriu um mandado de prisão contra o parlamentar acusado de ser o mandante do assassinato de sua ex-esposa, Antônia Araújo de Sousa, de 52 anos. Foram realizadas buscas na fazenda do ex-parlamentar, em Roraima, e em um apartamento em Brasília, mas ele não foi encontrado.

O titular da Delegacia Geral de Homicídios de Roraima, José Evangelista, responsável pelas investigações, não descarta que Telmário tenha sido avisado da operação com antecedência.


A declaração de Evangelista foi dada ao portal Metrópoles, onde ele afirmou ainda que o ex-senador tem "muita influência".

 
“É uma pessoa que tem muita influência. É de uma família tradicional de Roraima. Ele tem uma vida política muito extensa. Eu não descarto a possibilidade de ele ter tido conhecimento antecipado dessas informações sigilosas. Independente de cautela ou controle que a gente buscou ter, mas esse tipo de coisa foge da nossa esfera de controle”, afirmou o delegado.
Durante coletiva de imprensa, o delegado deu mais informações sobre a atuação do grupo acusado de participar do assassinato da ex-mulher de Temário. Ao todo, a Justiça expediu três mandados de prisão e sete de buscas e apreensão, mas só um alvo foi encontrado. Leandro Luz da Conceição, apontado como suspeito de ter dado o tiro que matou Antônia, foi preso em Caracaraí, no interior de Roraima. O sobrinho do ex-senador, Harrison Nei Correa Mota, conhecido como “Ney Mentira”, responsável por organizar o assassinato, assim como o tio, também está foragido.

O delegado também falou sobre as motivações do crime, afirmando que uma das possibilidades é o depoimento que Antônia Araújo de Sousa daria sobre um crime de estupro envolvendo o político e a própria filha do ex-casal. Em agosto de 2022, a jovem de 17 anos o acusou de estupro e registrou um boletim de ocorrência contra ele. Na ocasião, a adolescente afirmou que ele a forçou entrar no carro e tocou suas partes íntimas.

— Existem alguns processo de pedidos judiciais acerca de valores e pensões e, além disso, existe o processo criminal dando conta do envolvimento do ex-senador em um crime de estupro, onde a vítima seria a própria filha. E a vítima (Antônia Araújo de Sousa) desse caso de homicídio seria ouvida. Ela seria ouvida em uma segunda-feira e foi morta na sexta-feira da semana anterior — explicou o delegado. 

Outro ponto abordado na coletiva foi a atuação da ex-assessora de Temário no caso, que teria seguido Antônia Araújo de Sousa dias antes de seu assassinato, a pedido do ex-chefe. Ela foi alvo de medidas cautelares e terá que usar tornozeleira eletrônica.

— Ela tem relação, ela tem participação. Ela confirmo que monitorou a vítima nos dias que antecederam o fato. Ela também confirmou que utilizou um veículo locado pelo ex-senador e que passava informações para ele não apenas no monitoramento, mas do cotidiano da vítima e da filha da vítima — afirmou o delegado.

A Polícia Civil ainda não identificou o motorista que conduzia moto no dia do crime assim como não localizou a arma do crime.
Entenda o crime

Antônia foi morta com um tiro na cabeça no dia 29 de setembro, por volta das 6h30, quando saía de casa para trabalhar. O crime foi executado por duas pessoas em uma moto. Conforme a investigação, a decisão de matá-la partiu de uma reunião na fazenda Caçada Real. Lá, Mota teria deixado o sobrinho Harrison Nei Correa Mota, conhecido como “Ney Mentira”, responsável por organizar o assassinato.

Ney Mentira, então, teria comprado a moto utilizada pelos criminosos. Ainda segundo os investigadores, o veículo foi adquirido por R$ 4 mil em espécie, estava em nome de outra pessoa e tinha documentação irregular. O sobrinho do ex-senador já possuía acusações de homicídio qualificado, estelionato, roubo majorado, furto qualificado e apropriação indébita.

Após a compra da moto, Ney Mentira a entregou para a então assessora de Telmário Mota, que levou o veículo até uma oficina para a realização de reparos e revisão. Em seguida, a mesma mulher entregou a moto aos autores do crime em local indicado pelo sobrinho do político.

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