Telmário Mota continua preso em Goiás após Justiça autorizar transferência para Roraima

Ex-senador é suspeito de mandar matar a mãe da sua filha, mas ele alega que é inocente

Telmário continua recolhido a um presídio de segurança máxima no interior de Goi´s. Foto: G1/GO

O ex-senador Telmário Mota continua preso em Goiás mesmo após 6 dias de a Justiça de Roraima autorizar a transferência dele para o estado. Ele está no presídio em Aparecida de Goiânia, Região Metropolitana da capital, após ter sido preso em Nerópolis. O ex-senador é suspeito de mandar matar a mãe da sua filha, mas ele alega que é inocente.

Telmário foi preso na noite de segunda-feira (30), já a transferência de Telmário de Goiás para Roraima foi autorizada pela Justiça na manhã do último dia 9 de novembro. No entanto, desde então, ele permanece em Goiás.  O advogado de defesa do ex-senador, Bruno Braga, disse ao G1/GO que não sabe quando essa transferência deve acontecer.
"Já tem uma semana que foi deferida a transferência, mas até agora não [ele] foi [transferido], mas a defesa não sabe de nada [sobre prazos]", explicou o advogado.

O g1 entrou em contato com o Tribunal de Justiça de Roraima sobre a previsão de transferência do ex-senador, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. Já a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária de Goiás informou que ainda não foi notificada sobre a autorização de recambiamento.

O ex-senador é suspeito de mandar matar Antônia Araújo de Sousa, de 52 anos, com quem teve uma filha. Telmário é investigado por estupro contra essa filha e Antônia era uma das principais testemunhas do caso. Ela foi assassinada três dias antes de depor em audiência sobre o estupro. 

Recambiamento
O primeiro passo para a transferência de uma pessoa que está presa em um estado, para outro, é a decisão da Justiça determinando esse recambiamento. No caso de Telmário, por ele morar em Roraima e o crime investigado ter acontecido lá, a Justiça deste estado é responsável por decidir que ele seja transferido de Goiás.

Ao g1, a Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO) explicou que esse pedido de recambiamento é feito pelo juiz que inicialmente decretou a prisão do suspeito. Quando essa decisão é deferida, o juiz comunica outro magistrado do local onde a pessoa estiver presa - no caso de Telmário, comunica um juiz de Goiás.
A decisão que autorizou a transferência de Goiás para Roraima foi emitida no dia 9 de novembro.

A SSP-GO ainda explicou que, depois dessa autorização, podem ficar responsáveis por buscar o preso no estado em que ele está tanto agentes da Polícia Civil como da Diretoria-Geral de Administração Penitenciária. No caso de Telmário, seriam agentes vindos de Roraima.

Já a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária de Goiás explicou que, quando policiais penais vêm de outro estado para buscar presos no estado, geralmente esse transporte costuma ocorrer via avião. Quando os agentes chegam no local, eles levam uma determinação eletrônica com o pedido de transferência.

De acordo com o órgão, na ocasião da transferência, os agentes da DGAP de Goiás levam o preso até a porta do núcleo de custódia e, de lá, os agentes do outro estado conduzem o suspeito e passam a ficar responsáveis por ele.

Prisão
À polícia, Telmário disse que chegou a Goiás na última quinta-feira (26) e estava escondido na casa de uma amiga. Ele utilizou um voo comercial para chegar a Brasília e ônibus para Goiás. Após a prisão, que aconteceu no dia (30), em Nerópolis, Telmário foi levado para Goiânia. 

Durante a tarde, naquele dia, o ex-senador passou por audiência de custódia e foi encaminhado para a Casa do Albergado, onde presos do regime aberto dormem. Ainda na noite de terça-feira (31), o investigado foi levado para o Núcleo de Custódia do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.

“Ele está indignado coma prisão porque está certo da inocência dele e está apreensivo por estar em um lugar desses”, completou o advogado.

O investigado segue preso no complexo até que seja transferido para o estado natal. Segundo a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária, Telmário está em uma cela sozinho. Os detalhes sobre a rotina dele no presídio não foram divulgados por questão de segurança.