28/11/2023 às 06h53min - Atualizada em 28/11/2023 às 06h53min

DISPUTA PELO ESSEQUIBO: Venezuela fez discurso de ameaça contra Guiana no Itamaraty

A delegação chefiada pelo ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Yvan Gil, fez um discurso em tom de ameaça contra a Guiana durante uma reunião de autoridades sul-americanas realizada no Palácio do Itamaraty, na semana passada, em Brasília.
Os discursos inflamados de Gil e do vice-ministro de Defesa, Félix Osorio, num encontro fechado entre chanceleres e ministros de Defesa, foram um dos elementos que fizeram o governo Lula (PT) aumentar a preocupação em relação ao referendo que o regime de Nicolás Maduro convocou para 3 de dezembro sobre o Essequibo, território da Guiana reivindicado por Caracas.
Trata-se de uma consulta popular em que os votantes responderão se concordam ou não com a reivindicação sobre os 160.000 km2 (área pouco maior que o Acre) que a Venezuela alega ser parte do seu território. A pauta histórica une os venezuelanos há mais de cem anos, razão pela qual a expectativa é que o "sim" ganhe por ampla maioria. A Guiana classificou o movimento venezuelano como uma "ameaça existencial".
Gil e Osorio foram os representantes do regime Maduro numa reunião na quarta (22), no Itamaraty, sobre segurança regional da qual participaram países sul-americanos.
Relatos de diversas autoridades que estiveram presentes no evento e classificaram o momento como "tenso", com discursos dos venezuelanos em tom de "ameaça" e muito acima do tom para uma reunião diplomática. Quando coube à delegação da Venezuela se pronunciar, as autoridades chavistas se referiram ao referendo e declararam que, a depender do resultado, Caracas "pode ser forçada pelo povo" a tomar determinadas atitudes.
Ainda de acordo com os relatos, os chavistas ainda afirmaram que a Venezuela não aceita ser roubada ou enganada, que se defenderá contra interesses imperialistas e revisará acordos impostos injustamente -expressões que fazem parte da retórica do regime sobre a disputa territorial do Essequibo.
A Guiana estava representada na reunião. Segundo os presentes, as autoridades do país também trataram da crise fronteiriça, ao destacar que a Guiana está preocupada com as recentes ações da Venezuela. Elas também defenderam que o tema deve ser tratado no âmbito da Corte Internacional de Justiça, algo rechaçado pelo regime Maduro.
O acirramento das tensões conforme o dia do referendo se aproxima levou o embaixador Celso Amorim, principal conselheiro de Lula para assuntos internacionais, a viajar na última semana a Caracas para uma reunião com Maduro. O governo não apoia nenhuma medida fora das negociações diplomáticas ou da arbitragem internacional.

Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://peronico.com.br/.
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp