Ibama acompanha obras do Linhão de Tucurui entre Manaus e Boa Vista

Empreendimento possui 721 km de extensão e grande parte das torres passará pela reserva dos índios Waimiri-atroari

Local onde será construída a substação Boa Vista da linha de transmissão que virá de Manaus.

Analistas ambientais da Diretoria de Licenciamento Ambiental, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Dilic/Ibama), realizaram vistoria técnica de acompanhamento das obras de implantação da Linha de Transmissão Manaus - Boa Vista (Linhão de Tucuruí).

O trabalho foi focado no trecho do estado do Amazonas e ocorreu entre 27 e 30 de novembro. O empreendimento possui 721 km de extensão, tem como objetivo principal a interligação do estado de Roraima ao Sistema Interligado Nacional e é objeto da Licença de Instalação nº 1400/2021, válida até 28 de setembro de 2027.

A vistoria permitiu o acompanhamento das atividades de supressão de vegetação nativa, necessárias à instalação do projeto, e as respectivas medidas de prevenção e mitigação de impactos, exigidas no licenciamento ambiental. Entre elas, o resgate de germoplasma (material que constitui a base física da herança sendo transmitida de uma geração para outra) e ações de afugentamento e resgate de fauna, que devem ser executadas por equipe de especialistas, antes, durante e após a abertura das áreas.

Também foi objeto da equipe do Ibama a vistoria em quatro cavidades naturais subterrâneas encontradas pelos trabalhadores do empreendimento. A partir das informações coletadas, o Ibama avaliará a necessidade de adoção de medidas adicionais de prevenção de impactos, podendo, inclusive, exigir a alteração de traçado, caso necessário.

O projeto é desafiador para o licenciamento ambiental em virtude da sua localização na região Amazônica e interferência em áreas com regime especiais de proteção, como a Terra Indígena (TI) Waimiri Atroari. O traçado aprovado pelo Ibama buscou o paralelismo com a Rodovia BR-174, a fim de evitar a abertura de novos acessos e novas frentes de desmatamento na região.

Em virtude desses desafios e da relevância do projeto para a sustentabilidade do setor elétrico brasileiro e para a população do estado de Roraima, novas vistorias estão programadas, a fim de garantir a melhor gestão ambiental, atendimento à legislação ambiental e condicionantes da licença emitida pelo Ibama.