30/12/2023 às 08h56min - Atualizada em 30/12/2023 às 08h56min
Essequibo: Governo Federal diz que acompanha com preocupação conflito entre Venezuela e Guiana
O Itamaraty se manifestou contra demonstrações militares de apoio a qualquer uma das partes.
- Fonte: Itamaraty
O governo brasileiro afirmou, nesta sexta-feira (29), que acompanha com preocupação os últimos desdobramentos na disputa em torno da região de Essequibo.Em nota, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que o conflito entre Venezuela e Guiana deve ser discutido em fóruns regionais.
O Itamaraty se manifestou contra demonstrações militares de apoio a qualquer uma das partes. Na quinta-feira (28), depois que o Reino Unido decidiu enviar um navio para a costa da Guiana, o presidente da Venezuela, Nicolás maduro, ordenou exercícios militares na fronteira. “O governo brasileiro acredita que demonstrações militares de apoio a qualquer das partes devem ser evitadas, a fim de que o processo de diálogo ora em curso possa produzir resultados. O Brasil conclama as partes à contenção, ao retorno ao diálogo e ao respeito ao espírito e à letra da Declaração de Argyle”, disse o Ministério das Relações Exteriores.
A manifestação brasileira ocorre um dia após o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ter criticado o envio de um navio de guerra britânico para águas ao largo da costa da Guiana, dizendo que a atitude viola o “espírito” de um acordo alcançado entre as autoridades venezuelanas e guianenses.
A região de Essequibo, com 160.000 quilômetros quadrados, é amplamente reconhecida como parte da Guiana, mas nos últimos anos a Venezuela reavivou a sua reivindicação sobre o território e suas áreas offshore após grandes descobertas de petróleo e gás.
O HMS Trent, embarcação de patrulha da Marinha Real Britânica, está visitando a Guiana, uma aliada e antiga colônia britânica, como parte de uma série de compromissos na região, informou o Ministério da Defesa do Reino Unido em um comunicado no início deste mês, sem mencionar a Venezuela ou a disputa territorial. Guiana e Venezuela fecharam este mês um acordo para evitar o uso da força e evitar o aumento das tensões na longa disputa fronteiriça sobre o território rico em petróleo de Essequibo.
No comunicado, o Itamaraty destacou que a Declaração de Argyle para o Diálogo e a Paz, assinada pelos dois países em 14 de dezembro, é “um marco nos esforços para abordar pacificamente a questão, tendo em mente o espírito de integração que nos move, como uma região de paz, cooperação e solidariedade”.
“A declaração estabeleceu o compromisso de Guiana e Venezuela de não utilização da força ou da ameaça do uso da força, de respeito ao direito internacional e de comprometimento com a integração regional e a unidade da América Latina e o Caribe”, afirmou.