25/01/2024 às 05h49min - Atualizada em 25/01/2024 às 05h49min

ESSEQUIBO: Guiana e Venezuela mandam chanceleres a Brasília para discutir crise na fronteira

Encontro havia sido acertado na cúpula de São Vicente e Granadinas, quando os presidentes Nicolás Maduro e Irfaan Ali convidaram o governo brasileiro para ser uma espécie de facilitador da disputa pelo território de Essequibo

Os ministros das Relações Exteriores da Venezuela, Yvan Gil, e da Guiana, Hugh Hilton Todd, devem se encontrarão nesta quinta-feira (25), em Brasília, para mais uma rodada de negociações sobre a disputa do território de Essequibo pelos dois países. Os anfitriões do encontro, no Itamaraty, serão o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, e o assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assuntos internacionais, Celso Amorim.

A reunião dos chanceleres foi acordada, em dezembro do ano passado, pelos presidentes dos dois países divergentes, em reunião em São Vicente e Granadinas, país insular do Caribe que ocupa a presidência pro tempore da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

Na ocasião, Venezuela e Guiana formalizaram a Celso Amorim o convite para que o Brasil atue como facilitador das negociações. A intenção da Venezuela de tomar para si o Essequibo, que corresponde a cerca de dois terços do território da Guiana, acirrou a tensão na fronteira entre os dois países e obrigou o Brasil a mobilizar reforço das Forças Armadas na sua própria área de fronteira com os dois vizinhos.

Na reunião de dezembro entre os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Guiana, Irfaan Ali, em São Vicente e Granadinas, ficou acordado que o diálogo entre os países seria permanente e periódico, e que a próxima rodada de negociações ocorreria no Brasil, em até 90 dias. Não foi preciso esperar tanto.

Nesta terça-feira (23/1), as duas chancelarias confirmaram o encontro, que também contará com representantes de São Vicente e Granadinas e de Dominica, que preside a Comunidade do Caribe (Caricom) — interlocutores principais no processo de negociação.

Não há, ainda, propostas para serem apresentadas, segundo apurou o Correio. O momento, para os observadores brasileiros, ainda é de ouvir as duas partes e trabalhar para que as soluções sejam dadas pela diplomacia, sem ameaças ou bravatas.

O Brasil é visto pelos dois países como um facilitador do diálogo e, por isso, deve promover, também em Brasília, o segundo encontro presencial de Maduro com Ali para tratar da questão do Essequibo. Essa reunião de alto nível ainda não tem data para ocorrer.

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