Composto por quatro mulheres, seis homens e 14 crianças e adolescentes, eles ficaram um ano em terras mineiras e já haviam passado pela Bahia antes mesmo da primeira vinda ao Espírito Santo. O retorno a Capital capixaba se deve ao alto custo de vida da capital de Minas Gerais, conforme entrevista do cacique Rubens Mata Mata, líder do grupo, ao repórter fotográfico de A Gazeta, Vitor Jubini.
"Fomos embora daqui devido à chuva. Estava ficando tudo molhada, colchão, roupa, as crianças estavam tomando banho de água suja por problemas no banheiro. Lá em BH a vida é boa, mas estava pagando R$ 1.500 em aluguel e me cansou porque é muito difícil", explicou.
Além do valor considerado alto, Mata Mata disse que não recebia ajuda da prefeitura de BH e nem da Assistência Social. Como o cadastro foi realizado no Espírito Santo, as equipes os explicaram não ser possível fornecer auxílio. Assim, a decisão foi unanime da volta ao litoral capixaba.
O que dizem as autoridades A Secretária de Assistência Social (Semas) de Vitória informou que cumpriu as medidas de assistência emergencial para acolhimento a pessoas em situação de vulnerabilidade decorrente de fluxo migratório provocado por crise humanitária, previsto na a Lei nº 13.684/2018.
Segundo a pasta, todos foram levados a um abrigo ainda na manhã de segunda-feira (4), porém, após almoço decidiram não ficar. A decisão do líder foi de encontrar um local para as 24 pessoas poderem ficar e pegaram um carro de aplicativo. Entretanto, a prefeitura informou que a localização final da corrida mostrou o retorno dos venezuelanos a Rodoviária de Vitória.
A equipe de Abordagem Social foi atendê-los novamente e encontra-se dialogando com o grupo e aguardando o retorno da aceitação para o acolhimento ofertado para garantir a segurança de acolhida. Apesar de todas as investidas de intervenção, inclusive mediado pela Defensoria Pública, o grupo não aceitou retornar para o acolhimento e permaneceu próximo à rodoviária", afirmou a Secretaria.
Crise migratória A Venezuela é um país localizado ao Norte do Brasil, com fronteira nos estados de Amazonas e Roraima, que enfrenta uma crise econômica e social há anos. Com a situação, os venezuelanos começaram a buscas ajuda em outros países, principalmente em regiões vizinhas.
No mundo são mais de 5,4 milhões de refugiados venezuelanos, segundo a Agência da Organização das Nações Unidas para refugiados (Acnur). Parte deles vieram ao Espírito Santo uma chance de recomeçar. Esse é o caso do José Rafael Jayme Villasana, Annielly del Valle Natera Tovar e da filhinha deles, Ashley. Os três desembarcaram no Aeroporto de Vitória em 22 de junho de 2022 depois de um ano em Roraima.