09/03/2024 às 17h56min - Atualizada em 09/03/2024 às 17h56min

REPRESSÃO NA VENEZUELA: Corina denuncia sequestro de aliado por ditadura de Maduro

Na publicação, a ex-deputada também relatou que teve dirigentes de sua campanha sequestrados em mais outros três estados

A líder da oposição da Venezuela, Maria Corina Machado (foto), denunciou, neste sábado, 9 de março, o sequestro do diretor do seu comando de campanha do estado de Barinas, no oeste venezuelano, pelo regime de Nicolás Maduro.

“Denuncio aos venezuelanos e ao mundo que o regime de Nicolás Maduro sequestrou o nosso Diretor do Comando de Campanha do estado de Barinas, Emill Brandt, poucas horas depois de eu ter visitado este estado”publicou Corina Machado em seu perfil no Instagram.

Na publicação, a ex-deputada também relatou que teve dirigentes de sua campanha sequestrados em mais outros três estados.

 
“Há 47 dias sequestraram nossos Diretores dos Comandos de Campanha dos estados de Trujillo, Vargas e Yaracuy, que hoje estão presos em El Helicoide, o maior centro de tortura da América Latina”, disse, em referência ao centro de detenção do serviço de Inteligência chavista, em Caracas.

Corina Machado descreveu o sequestro de Brandt como “mais uma violação do já pisoteado Acordo de Barbados e mostra que Maduro optou por continuar ‘da maneira mais difícil’”.

“Exigimos uma reação firme de todos os atores nacionais e internacionais que apoiam uma verdadeira eleição presidencial na Venezuela”, disse a ex-deputada na publicação deste sábado.

“Continuaremos a viajar por todo o nosso país na construção de cada vez mais força e organização cidadã para alcançar a vitória eleitoral este ano”, acrescentou.

Quem é Corina Machado?
Corina Machado foi a vencedora das primárias da oposição unificada em outubro, com quase 90% dos votos, ou mais de 2 milhões de eleitores.

Três meses depois do triunfo, em janeiro, a ex-deputada foi determinada inelegível pela Suprema Corte venezuelana, composta por ministros apontados por Maduro.

O processo foi notório por irregularidades, como a restrição à defesa de acesso aos autos, e denunciado por órgãos internacionais.

Apesar da inelegibilidade, Corina Machado segue sendo a única liderança popular na oposição e mantém sua campanha eleitoral informalmente.
Quando serão as eleições na Venezuela?

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou nesta terça-feira, 5 de março, que as eleições presidenciais deste ano ocorrerão em 28 de julho, aniversário do ex-ditador Hugo Chávez, falecido em 2013.

A data bate na porta do segundo semestre, período previsto para ocorrer o pleito, em respeito ao acordo de Barbados, firmado entre a ditadura e a oposição com a intenção oficial de garantir eleições limpas.

Foi a Assembleia Nacional da Venezuela, dominada pelo regime de Maduro, que iniciou, em fevereiro, o processo de consulta a autoridades e a integrantes da oposição para o agendamento da eleição.

Independentemente dos aportes da oposição, quem definiu a data foi o CNE, também aparelhado pelo chavismo.
Quanto mais curtas as eleições, mais fácil será para a ditadura fraudá-las.

Afinal, um cronograma enxugado dificulta o trabalho de observadores internacionais, assim como a organização de campanha de grupos opositores, que não contam com o aparato estatal a seu favor.

Avanço da repressão
A repressão da ditadura na Venezuela tem avançado sobre os direitos humanos em 2024.

Em 9 de fevereiro, o regime prendeu a ativista Rocío San Miguel. Ela foi formalmente indiciada pela ditadura sob acusação de crimes de “traição à pátria”, “terrorismo” e “conspiração”.

Cerca de uma semana depois, em 15 de fevereiro, a ditadura deu um ultimato à Missão das Nações Unidas para os Direitos Humanos no país.
Os funcionários da missão da ONU tiveram 72 horas para deixar a Venezuela.

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