DÍVIDA DE R$ 9 milhões: “Maternidade de Lona” pode colapsar porque Denarium não paga aluguel há oito meses.

Conforme Andrea Pereira, representante da empresa, apesar dos oito meses de atraso no pagamento, os serviços têm sido mantidos com recursos próprios.

A estrutura de lona que abriga a maternidade pode ser desmontada porfalta de pagamento.

Improvisada como maternidade do Estado enquanto o Hospital Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazareth encontra-se em obras há anos, a estrutura de lona alugada por Antonio Denarium pode ser desmontada por falta de pagamento. A “maternidade de lona” custa R$ 13 milhões anuais, mas há 8 meses o Governo não paga o aluguel e a dívida avolumou-se tanto que se transformou numa bola de neves e hoje custa a vultosa quantia de R$ 8.923.034,74.

O local tem sido criticado pela falta de estrutura digna para abrigar as mães grávidas que buscam o local para ter seus bebês. Mas a empresa Ágora Engenharia LTDA, responsável pela estrutura, ameaça desmontar tudo se não receber o que lhe é devido. Conforme Andrea Pereira, representante da empresa, apesar dos oito meses de atraso no pagamento, os serviços têm sido mantidos com recursos próprios.

No entanto, já existe prerrogativa legal para paralisar o funcionamento do hospital e até mesmo para rescindir o contrato, o que causaria, conforme a empresa, ” uma calamidade no sistema de saúde de Roraima de consequências desastrosas e repercussão nacional“.

“Não entendemos o porque o pagamento foi bloqueado. Mandamos ofícios, no entanto, não há respostas nenhuma. E estamos trabalhando com recursos próprios. Toda a manutenção depende da gente, e quando a gente chegar no extremo limite, quem vai cuidar disso? Estamos sem saída, sem respostas, sem orientação e sem previsão.”, explicou Andrea.

Além disso, Andrea também falou sobre os riscos da paralisação dos serviços.“Isso nos deixa de mãos atadas. Nós não queremos de forma alguma prejudicar a população. Então, ficamos sem saída e eventualmente, vamos ter que paralisar sim”. disse.
Ministério Público

Andréia informou que irá na manhã desta terça-feira (9) ao Ministério Público de Roraima (MPRR). Ela explicou que vai falar sobre a gravidade da situação.
“Diante dessa movimentação, o Ministério Público abriu agenda nesta terça-feira para discutir a situação. Para entender a situação e qual é a gravidade dela e o que pode ser feito“, esclareceu Andrea.

Contrato

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) firmou contrato com a Ágora Engenharia em agosto de 2021, no valor de R$ 10 milhões. Em seguida, fez um reajuste de 18% e o aluguel passou para cerca de R$ 12 milhões. No dia 9 de agosto de 2022, a Sesau renovou o contrato por mais um ano e aumentou o valor para R$ 13 milhões.

Conforme a pasta, o local abrigaria a maternidade, assim como parte do Hospital Geral de Roraima (HGR). Contudo, em vez do HGR, o Governo instalou o Hospital de Retaguarda, fechado em março de 2022.