18/07/2024 às 10h34min - Atualizada em 18/07/2024 às 10h34min

ELEIÇÕES NA VENEZUELA: Principal opositora de Nicolás Maduro denuncia atentado

Segundo María Corina Machado, os carros de sua equipe foram seguidos por agentes do governo e vandalizados durante a madrugada. A opositora foi impedida de concorrer nas eleições venezuelanas, marcadas para o dia 28 de julho

Foto: Reuters
María Corina Machado, a principal opositora do presidente da VenezuelaNicolás Maduro, denunciou nesta quinta-feira (18) um atentado contra ela e sua equipe.
 
"Esta madrugada cometeram um atentado contra mim e minha equipe em Barquisimeto, estado Lara. Nossos carros foram vandalizados e cortaram a mangueira dos freios. Agentes do regime nos seguiram desde Portuguesa e cercaram a urbanização onde pernoitamos. A campanha de Maduro é a violência e ele é responsável por qualquer dano à nossa integridade física. Não nos deterão", disse Corina Machado.

Corina Machado foi impedida de concorrer nas eleições em janeiro. No entanto, ela continua ativa e é uma das principais promotoras da campanha de Edmundo González, o ex-diplomata escolhido pela coalizão de partidos opositores a Maduro.

A Venezuela promove eleições no dia 28 de julho sob desconfiança da comunidade internacional de que o regime de Nicolás Maduro não assegure votações livres e democráticas —o que contraria um compromisso formal assinado em outubro de 2023. Na presidência desde 2013, Maduro disse nesta quarta (17) que pode haver "banho de sangue" e "guerra civil" na Venezuela caso ele não vença as eleições.

O chefe de segurança de Corina Machado foi preso também na quarta. Milciades Ávila, um ex-policial a serviço de Machado há 10 anos, "foi sequestrado pelo regime sob acusação de violência de gênero", escreveu a opositora no X (antigo Twitter).
 
Maduro concorre ao terceiro mandato consecutivo — o primeiro foi em 2013. González foi anunciado pela Plataforma Democrática Unitária (PUD) após Corina Yoris ter sido impedida de concorrer às eleições presidenciais. Em março, a PUD declarou que o “acesso ao sistema de inscrição” da candidata não tinha sido permitido.

Antes, a opositora María Corina Machado, uma das favoritas a desbancar Maduro, havia sido afastada da corrida eleitoral pelo Supremo Tribunal de Justiça, alinhado ao governo chavista.
Em outubro, o governo Maduro e a oposição assinaram o Acordo de Barbados, segundo o qual haveria eleições democráticas na Venezuela.

O governo do Brasil manifestou seu apoio a ela ao afirmar que não havia motivos para barrar a candidatura de Yoris. O regime de Maduro reagiu dizendo que a nota brasileira parecia ter sido "ditada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos".

Além do Brasil, ao menos 11 países manifestaram preocupação com as eleições (Estados Unidos, Argentina, Colômbia, Chile, Equador, Costa Rica, Guatemala, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai).
 
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