19/07/2024 às 14h40min - Atualizada em 19/07/2024 às 14h40min
Ditadura venezuelana censura 47 sites na campanha eleitoral
Em conversa para o podcast Latitude, o sociólogo Rafael Uzcátegui discorre sobre a censura e a perseguição aos opositores às vésperas da eleição na Venezuela
A campanha eleitoral na Venezuela está marcada pela censura, pela perseguição aos opositores e pela violação aos direitos humanos. No podcast Latitude, o sociólogo venezuelano Rafael Uzcátegui, da ONG Laboratório de Paz, afirma que 47 sites foram bloqueados e que há uma ordem não escrita do governo proibindo jornalistas de entrevistar o candidato da oposição Edmundo González Urrutia (no centro da foto).
Nos primeiros seis meses do ano, foram presas 51 pessoas por razões políticas. Spenas nos três primeiros dias de campanha, que teve início no dia 4, foram detidas 26 pessoas. No primeiro semestre do ano, foram fechadas catorze rádios em todo o país. Nos três primeiros dias, mais duas foram encerradas. “O governo quer evitar que a população tenha informação confiável sobre a campanha da oposição“, diz Uzcátegui.
Ele comenta que a ditadura de Nicolás Maduro também fechou dois sites de agências de checagem, que denunciavam fake news produzidas pelo governo. As pesquisas mais confiáveis, segundo Uzcátegui, mostram que a oposição está 20 pontos percentuais à frente de Maduro.
A ideia é ganhar mais de 2 milhões de votos de diferença nas urnas para evitar que a ditadura fraude os resultados no dia 28. No total, a oposição deve ter entre 6 milhões e 8 milhões. O chavismo, espera-se, terá 3,5 milhões de votos.
Segundo o sociólogo, apenas os políticos da oposição têm citado o tema da migração na campanha. “Nicolás Maduro nunca deu aos migrantes (que deixaram o país) um lugar em seu discurso. Pelo contrário, ele os criminalizou, ele os tratou como inimigos, ele os desprezava“, diz Uzcátegui.