A líder da oposição democrática na Venezuela, María Corina Machado (foto), foi recebida na manifestação de rejeição à farsa eleitoral de Nicolás Maduro com gritos de “liberdade” pelos venezuelanos que saíram às ruas de Caracas neste sábado, 3 de agosto.
“Depois de 6 dias de repressão brutal, pensaram que iam nos silenciar, nos deter ou nos intimidar… vejam a resposta”, escreveu María Corina em publicação no X acompanhada de vídeo que mostra manifestação em Caracas.
“Hoje, a presença de cada cidadão nas ruas da Venezuela demonstra a magnitude da força cívica que temos e a determinação de ir até o fim.”
María Corina, que declarou temer por sua vida, chegou à manifestação no bairro de Las Mercedes em um caminhão, acompanhada de dirigentes de partidos da oposição. O ato começou em Caracas sem incidentes, apesar do grande número de pessoas nas ruas.
“A nossa luta transcende o político. Já vencemos a etapa eleitoral, agora vem uma nova etapa. Mas nunca fomos tão fortes como hoje, o regime nunca foi tão fraco como hoje. Todos sabíamos o que estávamos enfrentando. Eles são capazes de tudo, mas não podem contra a nossa organização”, afirmou durante o ato.
Essa é a segunda grande manifestação organizada pela oposição, que afirma que o seu candidato presidencial, Edmundo González Urrutia, ganhou as eleições por uma grande margem em relação a Maduro.
“Este país sabe que vencemos e que nunca os abandonaremos. Fizemos muitos progressos apesar de tudo o que nos avisaram”, disse María Corina, que também respondeu se teme ser presa nos próximos dias: “Todos temos medo”.
Como mostramos, a líder da oposição tem se mantido “resguardada” em um esconderijo, após sofrer ameaças de prisão do regime chavista.
“Estou escrevendo isto em um esconderijo, temendo pela minha vida, pela minha liberdade e pela dos meus compatriotas por parte da ditadura liderada por Nicolás Maduro”, escreveu María Corina em artigo publicado no jornal americano The Wall Street Journal nesta quinta-feira, 1º de agosto.
Um dos principais nomes da ditadura chavista de Nicolás Maduro, o presidente do Congresso da Venezuela, Jorge Rodríguez, pediu nesta terça-feira, 30 de julho, a prisão dos opositores María Corina Machado e Edmundo González Urrutia.
Impedida de concorrer à Presidência pela ditadura, Corina é a principal líder oposicionista da Venezuela. González, diplomata de carreira, foi o candidato da oposição que venceu o pleito do último dia 28, fraudado pelo regime de Maduro.