11/08/2024 às 12h09min - Atualizada em 11/08/2024 às 12h09min
Estados Unidos estão negociando anistia para que Maduro deixe poder, diz jornal
Segundo reportagem do "The Wall Street Journal", Washington quer oferecer também garantias de que não perseguirá Maduro caso ele aceite reconhecer a vitória que a oposição alega ter tido nas eleições venezuelanas.
Os Estados Unidos estão tentando negociar a concessão de uma espécie de perdão político ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em troca de que ele aceite deixar o poder, segundo uma reportagem do jornal "The Wall Street Journal" deste domingo (11). Segundo a publicação, com base em fontes do governo norte-americano, Washington está cogitando oferecer perdões políticos e garantias de não perseguir Maduro nem os principais dirigente de seu governo.
Já a oposição afirma que o seu candidato, Edmundo González, venceu as eleições com 67% dos votos e apresenta como prova um site criado pelos próprios opositores com mais de 80% das atas digitalizadas, às quais o grupo teve acesso por meio de representantes que compareceram à grande maioria dos locais de votação.
Na semana passada, uma contagem independente das atas eleitorais feita pela agência de notícias Associated Press (AP) com base nessas atas indicou que o candidato oposicionista venceu o pleito, realizado na semana passada, com uma diferença de 500 mil votos.
Os Estados Unidos acusam Maduro de conspirar com aliados para levar cocaína aos EUA e, em 2020, ofereceram uma recompensa de US$ 15 milhões (cerca de R$ 82,5 milhões) por informações que facilitassem a prisão do presidente venezuelano. Caso a negociação pela anistia de Maduro siga adiante e seja bem-sucedida, Washington cancelaria a recompensa, diz o "The Wall Street Journal".
Ainda de acordo com as fontes ouvidas pelo jornal norte-americano, os EUA já havia feito uma ofereta de anistia a Maduro em negociações secretas realizadas no ano passado em Doha, no Catar.
Duas semanas
As eleições da Venezuela completaram duas semanas neste domingo, e a Justiça eleitoral ainda não apresentou as atas de votação para justificar o resultado. Diversos países, incluindo Brasil e Estados Unidos, vêm cobrando de Caracas a divulgação das atas. No sábado (10), a Suprema Corte da Venezuela iniciou uma auditoria das eleições e afirmou que o resultado será "inapelável".