14/09/2024 às 17h35min - Atualizada em 14/09/2024 às 17h35min

Venezuela prende americanos e espanhóis por suposto plano para assassinar Nicolás Maduro

Regime acusa grupo de planejar assassinato de Maduro, da vice-presidente Delcy Rodríguez e outras autoridades ​​chavistas

O regime de Nicolás Maduro (foto) anunciou neste sábado, 14 de setembro, a prisão de três americanos, dois espanhóis e um cidadão tcheco acusados de estarem ligados a uma suposta conspiração para “desestabilizar” a Venezuela. 

Diosdado Cabello, ministro do Interior e número dois do regime, informou sobre as detenções durante uma transmissão na TV, acrescentando que as prisões estão relacionados com a descoberta de mais de 400 armas “transportadas dos Estados Unidos” por “um grupo de mercenários” cujo objetivo era assassinar Maduro, a vice-presidente Delcy Rodríguez e outras autoridades ​​chavistas. 

As armas, disse, “chegavam em contêineres com produtos como ração para cães, vinham desmontadas e, aqui, eram recebidas por grupos que tinham a responsabilidade de as montar”.

Segundo o ministro, os cidadãos espanhóis foram “detidos recentemente no Puerto Ayacucho”. Cabello afirmou que as forças de segurança venezuelanas constataram “uma situação irregular”, na qual os acusados ​​“tiravam fotos”, o que levou às prisões.

“Assim que foram capturados, encontramos em seus telefones ligações com uma mulher chamada María Teresa, de Aragua, líder do Vente Venezuela, ligada aos chamados comandantes, Enrique Varillas e uma mulher chamada Jhexica Isabel Ponte Figuera”, acrescentou.

Cabello também acusou o grupo de planejar o assassinato do prefeito de Upata“um prefeito revolucionário”“É terrorismo promovido por setores políticos. Nós, inclusive, sabemos que o governo dos Estados Unidos está ligado a esta operação. A CIA está encarregada desta operação, disse, acrescentando que o Centro Nacional de Inteligência (CNI) da Espanha estaria envolvido no plano.

O governo de Espanha negou que os dois detidos pertencessem à CNI.

A prisão do grupo ocorre no momento em que aumenta a tensão entre o regime chavista e os governos dos Estados Unidos e da Espanha. Os dois países acusam o regime chavista de promover uma fraude eleitoral ao apontar Nicolás Maduro como vitorioso nas eleições de 28 de julho.

Edmundo González presidente legítimo da Venezuela
O Congresso espanhol aprovou na quarta-feira, 11, uma moção para que o governo do país reconheça o candidato de oposição Edmundo González como vencedor das eleições de julho na Venezuela.

O Partido Socialista Operário da Espanha, PSOE, do presidente Pedro Sánchez, e seu aliado de extrema esquerda Sumar ficaram contra a medida. Mas foram derrotados pelo bloco de legendas de centro e direita formado por PP, Vox, PNV Coalición Canaria e Unión del Pueblo Navarro.

González desembarcou na Espanha como exilado no domingo, 8. A ditadura de Nicolás Maduro havia decretado sua prisão, inconformada com o fato de a oposição haver divulgado 83,5% das atas eleitorais no site Resultados con VZLA.

Embora o regime de Maduro acuse González de falsificação, a autenticidade dos documentos foi atestada e reconhecida por organismos como o Centro Carter, a ONU e a União Europeia. O próprio governo se recusa a divulgar as atas, apesar de ter assumido um compromisso internacional de transparência antes da votação
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