17/09/2024 às 14h08min - Atualizada em 17/09/2024 às 14h08min

Fluxo de venezuelanos para Roraima aumenta 34% após Maduro declarar vitória

Venezuelanos no posto de triagem do Exército, em Pacaraima, aguardando para entrar no Brasil.
As ameaças de prisão do regime de Nicolás Maduro contra militantes de oposição têm afetado a fronteira entre Brasil e Venezuela, em Pacaraima, norte de Roraima.
Em setembro, até o momento, segundo dados do governo federal, a média diária de ingresso no Brasil tem sido de mais de 6500 venezuelanos.
 
Nas primeiras semanas, após Maduro ter se declarado vencedor, a média de ingressos era de 100 a 200 venezuelanos. Só nesta segunda-feira (16) por exemplo, passaram pela fronteira em Pacaraima, 668 fugitivos.

Para integrantes da diplomacia brasileira, a fuga para a Espanha de Edmundo González, candidato oposicionista, pode ter desanimado críticos do governo Maduro a ficar do país. Além disso, o regime venezuelano tem efetuado prisões de cidadãos que participam de protestos e manifestações.
 
O êxodo migratório de venezuelanos
A Venezuela vive uma crise econômica e humanitária nos últimos anos que já refletiu no maior êxodo migratório da história do país, com cerca de 7 milhões de refugiados venezuelanos que deixaram o país em direção a diferentes nações, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).
 
A migração venezuelana é uma preocupação para a região, sobretudo para os países que fazem fronteira com a Venezuela, como é o caso do Brasil, Colômbia e Guiana. Pesquisa realizada pela Atlas Intel na Venezuela, entre os dias 19 e 21 de julho, indicam o interesse de venezuelanos em deixarem o país caso Maduro se mantenha no poder.
 
No levantamento, quando comparado eleitores de Maduro e González, 65,3% dos que votam no candidato da oposição afirmaram que o resultado eleitoral tem influência em seu desejo de deixar a Venezuela, contra 14,3% dos eleitores do autocrata chavista. Na mesma pesquisa, o Brasil aparece entre os principais destinos dos venezuelanos que almejam deixar o país – os Estados Unidos aparece como a primeira opção.
 
No cargo de presidente venezuelano há mais de um década, Nicolás Maduro herdou o posto de Hugo Chávez, de quem foi vice-presidente e governou a Venezuela por 14 anos. Acusado de cometer uma série de crimes contra os direitos humanos, de prender e torturar opositores, Maduro é apontado como o responsável pela crise econômica e social vivida na Venezuela.
 
Brasil tenta intermediar crise política na Venezuela
A crise política em Caracas ganhou novos capítulos em julho, quando houve eleições para eleger um representante. O processo eleitoral, contudo, foi marcado por manobras de Maduro para mantê-lo no poder. Além da perseguição a opositores, dois candidatos da oposição foram impedidos de concorrer ao pleito.
 
Ao fim da votação, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela – que atua sob a influência do autocrata chavista – anunciou a reeleição de Maduro, mas sem comprovar os resultados. Desde então, a oposição contesta o anúncio e afirma que Edmundo González é o vencedor do pleito.
 
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