Andrei Rodrigues, diretor-geral da PF, sobre os R$ 54,9 milhões em bens apreendidos, sendo R$ 24,1 milhões em espécie
As eleições municipais deste ano tiveram um recorde de apreensão de bens e valores ligados a crimes eleitorais. Foram, ao todo R$ 54,9 milhões em bens, sendo R$ 24,1 milhões em espécie, segundo dados da Polícia Federal (PF).
Em Roraima foram abertos 39 inquéritos para apurar supostas compra de votos em Boa Vista e no interior e mais de R$ 5 milhões foram apreendidos, sendo o terceiro Estado com o maior número de ocorrências.
Dois casos específicos, que chamaram atenção às vésperas do primeiro turno, ocorreram no Pará e no Rio de Janeiro, com saques milionários e prisões em flagrante.
Três pessoas foram presas em uma agência bancária de Castanhal (PA), após retirarem R$ 4,98 milhões em espécie que seriam destinados à compra de votos em favor de um candidato nas eleições no Pará (PA). Um carro onde estava o dinheiro foi apreendido.
Já na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, a Polícia Federal apreendeu R$ 1.859.040,00 em espécie, que estavam em dois veículos estacionados na garagem de um centro empresarial.
Esse valor apreendido nos dois domingos e nas vésperas dos pleitos chegou a ser mais de quatro vezes o montante recolhido nas eleições presidenciais de 2022 e 14 vezes a quantia do pleito municipal de 2020, segundo os cálculos da PF.
Foram confiscados em torno de R$ 5 milhões em 2022. E na eleição de 2020, houve apreensão de aproximadamente R$ 1,5 milhão. Nesta segunda-feira (28), após finalizados os dois turnos eleitorais, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, avaliou que o planejamento foi o diferencial para essas apreensões.
“Os resultados das apreensões recorde mostram o acerto das medidas, que trouxeram subsídios para que a Polícia Federal faça uma grande análise dos dados coletados, e organize ações futuras”, pontuou.
O diretor também ressaltou o trabalho integrado com outras instituições. “Nestas eleições de 2024, a Polícia Federal fez um robusto planejamento, que resultou em operações importantes, além da atuação ostensiva e coordenada com as polícias civis e militares dos estados. Como Polícia Judiciária Eleitoral, coordenou todo esforço operacional das agências, alicerçado no trabalho de inteligência e na integração, inclusive com a Justiça Eleitoral, instituição imprescindível nesta temática”, afirmou Andrei.
Eleições 2026 Pode parecer longe, mas, para a Polícia Federal, as eleições presidenciais e de governadores de 2026 começam a ser planejadas desde já. “A partir de hoje [segunda-feira], já estamos trabalhando para o planejamento das eleições 2026”, destacou Andrei Rodrigues à CNN.