11/11/2024 às 07h56min - Atualizada em 11/11/2024 às 07h56min

Alupar prevê operação do Linhão de Tucuruí entre Manaus e Boa Vista para final do ano que vem

As torres que trarão energia de Manaus para Vista já estão 60% montadas, segundo o consórcio que constrói a obra.
O diretor de relações com investidores da Alupar, Luiz Coimbra, anunciou que o Linhão de Tucuruí, que conectará Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN) pela linha Manaus-Boa Vista, deverá entrar em operação no quarto trimestre de 2025. Com 61% das obras concluídas, o empreendimento enfrenta desafios em seu trajeto de mais de 720 km, incluindo a travessia da reserva Waimiri Atroari.

O diretor financeiro José Luiz de Godoy Pereira informou que o processo de arbitragem sobre o reequilíbrio financeiro do projeto segue em sigilo, com uma decisão esperada em breve.
O Linhão de Tucuruí foi licitado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em 2011, ainda no governo de Dilma Rousseff (PT). De lá para cá, a obra foi parar na Justiça em um impasse onde os indígenas que vivem na reserva Waimiri Atroari cobraram do governo federal um plano de compensações socioambientais por causa dos impactos irreversíveis que terão na floresta.

HISTÓRICO DA OBRA
A obra tem 721,4 Km de extensão entre Manaus e Boa Vista. Desses, 122 Km atravessam a reserva Waimiri Atroari, onde serão erguidas 250 torres de transmissão de energia. A maior parte da obra, cerca de 425 km, será em Roraima.

Em 2019, o governo federal, por meio do Conselho de Defesa Nacional, reconheceu que a obra linhão se enquadrava no “escopo da soberania e da integridade nacional” e, por isso, seria acelerada.

As tratativas seguiram, mas em junho do ano passado, a Associação Indígena Waimiri Atroari (ACWA) pediu a saída Fundação Nacional do Índio (Funai) das negociações após o órgão afirmar que os indígenas estavam agindo, com ajuda externa, para atrasar o trabalho.

Após isso, a Associação propôs ao governo um acordo de compensação pelo impacto ambiental, para que a obra fosse liberada pelos indígenas. As regras foram enviadas a órgãos federais, como Ibama e Ministério Público Federal (MPF).

RORAIMA ISOLADO
Roraima é o único estado no país que não é interligado ao Sistema Nacional de Energia (SNE) e depende da energia gerada por seis termelétricas, sendo uma movida a gás e as outras cinco a óleo diesel. Todas são de responsabilidade da distribuidora Roraima Energia.

Essa energia, no entanto, além de não ser confiável por ter vários registros de blecautes, principalmente em cidades do interior, é considerada cara .Ao todo, são 177 mil consumidores dos 15 municípios do estado.

Antes, o estado recebia energia da Venezuela, por meio do Linhão de Guri. O cenário durou 18 anos, até que em março de 2019 o país cortou o fornecimento para Roraima em meio a uma série de apagões no governo de Nicolás Maduro. À época, o governo brasileiro disse que nem a empresa venezuelana Corpoelec deu respostas sobre o fornecimento de energia.

Sem a energia importada, o custo para fornecimento elétrico estado é de R$ 8 bilhões por ano -- conta que é dividida entre todos os consumidores de energia elétrica do país. E, para reverter esta situação, a solução é construção do Linhão de Tucuruí.

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