O subcomandante da Polícia Militar de Roraima (PMRR), coronel Francisco das Chagas Lisboa foi preso na manhã desta quarta-feira, 18, em Boa Vista. A Operação Martellus, deflagrada ela da Polícia Federal (PF) cumpre 14 mandados de prisão e 18 mandados de busca e apreensão.
Lisboa é acusado de utilizar sua posição para quebrar o sigilo de denúncias feitas ao Disque Emergência 190, repassando informações ao presidente da Câmara de Boa Vista, vereador Genilson Costa, principal alvo da operação.
Segundo a investigação, o coronel mantinha o vereador informado sobre denúncias recebidas, permitindo que o esquema criminoso permanecesse ativo durante o período eleitoral de 2024.
Coronel Lisboa era comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e teve a nomeação para subcomandante assinada pelo governador Antonio Denarium em novembro. A reportagem entrou em contato com o Governo de Roraima para solicitar posicionamento sobre a prisão de coronel Lisboa e aguarda retorno.
A ação visa desarticular uma associação criminosa constituída durante o período eleitoral de 2024, voltada à de compra de votos assim como outros crimes eleitorais. De acordo com as investigações, o subcomandante da Polícia Militar informava um candidato a vereador sobre as denúncias que a corporação recebia, relativas à compra de votos.
O inquérito policial indica que o esquema era liderado pelo vereador Genilson Costa, reeleito em 2024, e contava com apoio de agentes públicos, incluindo o coronel Lisboa. O vereador utilizava um grupo de mensagens para coordenar o esquema e receber relatórios sobre as ações de compra de votos.
As denúncias começaram a ser investigadas em outubro, após a prisão em flagrante de dez pessoas acusadas de corrupção eleitoral, incluindo o líder da campanha de Genilson Costa.
Na época, em buscas na casa do vereador, foram encontrados ouro em forma bruta e outros indícios de lavagem de dinheiro.