O governo da Guiana fez um protesto formal à Venezuela por conta de obras determinadas pelo governo de Caracas em uma região remota compartilhada pelos dois países. Os trabalhos na ponte, que liga a Venezuela a uma base militar, causaram décadas de disputas diplomáticas entre as duas nações.
O ministro das Relações Exteriores da Guiana, Hugh Todd, expressou em um comunicado que foi forçado a convocar o embaixador da Venezuela no país, Amador Perez Silva, para o seu gabinete e condenar a decisão da administração Nicolás Maduro de concluir as obras da ponte, que conecta a Venezuela ao lado leste da ilha Anacoco.
O ministério liderado por Todd ressalta que a ponte liga a Venezuela a uma base militar construída ilegalmente no lado da Guiana em Anacoco, uma pequena ilha habitada em grande parte por garimpeiros de ouro e oficiais militares.
“As atividades da Venezuela, incluindo as atividades militares no leste da linha de fronteira, violam a soberania da Guiana e a lei internacional requer que sejam interrompidas e que todo o pessoal, equipamentos e instalações construídos ou trazidos pela Venezuela sejam removidos”, apontou o ministério das relações exteriores.
No ano passado, Nicolás Maduro ameaçou anexar a região à força, após um referendo no qual eleitores do seu país foram questionados se ela deveria tornar-se um Estado venezuelano.
Mas em cúpula de emergência organizada pela Organização das Nações Unidas, Brasil e líderes do Caribe, os presidentes da Venezuela e da Guiana concordaram em resolver a disputa por meios pacíficos e adotar ações para evitar o aumento das tensões.