10/01/2025 às 13h17min - Atualizada em 10/01/2025 às 13h17min

EUA aumentam recompensa por prisão de Nicolás Maduro para 25 milhões de dólares

Os Estados Unidos impuseram sanções a oito autoridades venezuelanas e aumentaram para 25 milhões de dólares a recompensa por informações que levem à prisão do presidente Nicolás Maduro, que toma posse para seu terceiro mandato nesta sexta-feira (10). Foi a mais recente de uma série de medidas punitivas do governo Biden, em seus últimos dias, contra o governo de Maduro após a votação de julho, que tanto o seu partido como a oposição afirmam ter vencido.

Os novos funcionários sancionados incluem o recentemente nomeado chefe da empresa petrolífera estatal venezuelana PDVSA, Hector Obregon, e o ministro dos Transportes da Venezuela, Ramon Velasquez. A medida dos EUA coincidiu com as sanções à Venezuela anunciadas pelo Reino Unido e pela União Europeia.

Maduro e os seus assessores sempre rejeitaram as sanções dos EUA e de outros países, dizendo que são medidas ilegítimas que equivalem a uma “guerra econômica” destinada a paralisar a Venezuela. Ele e os seus aliados aplaudiram o que dizem ser a resiliência do país, apesar das medidas, embora historicamente tenham atribuído dificuldades econômicas e escassez às sanções.

A autoridade eleitoral e o tribunal superior do país afirmam que Maduro, cujo mandato foi marcado por uma profunda crise económica e social, venceu as eleições presidenciais do ano passado, embora não tenham publicado contagens detalhadas.

O governo, que acusou a oposição de fomentar conspirações fascistas contra ela, disse que irá prender o candidato presidencial da oposição, Edmundo González, caso este regresse do exílio ao país, e deteve membros proeminentes da oposição e ativistas antes da tomada de posse.

A oposição diz que Gonzalez, 75 anos, venceu de forma esmagadora. Publicou as suas próprias contagens de votos como prova, ganhando o apoio de governos de todo o mundo, incluindo os Estados Unidos, que consideram Gonzalez o presidente eleito. Observadores eleitorais internacionais disseram que a votação foi injusta.

Maduro, de 62 anos, está no poder desde 2013, e as novas sanções ocorrem pouco mais de uma semana antes de o presidente dos EUA, Joe Biden, terminar o seu mandato e ser sucedido por Donald Trump, em 20 de janeiro. Além das sanções, o governo dos EUA aumentou para 25 milhões de dólares a recompensa que oferece por informações que levem à prisão e condenação de Maduro, que há muito enfrenta acusações de tráfico de drogas nos EUA. Anteriormente, a recompensa era de 15 milhões de dólares.

Maduro manteve-se no poder apesar da forte pressão das sucessivas administrações dos EUA, recebendo o apoio dos militares da Venezuela, bem como da China, da Rússia e do Irã.
As novas medidas estavam em preparação antes da breve detenção, na quinta-feira (9), da líder da oposição Maria Corina Machado, após uma marcha antigovernamental em Caracas, a sua primeira aparição pública depois de meses fora dos holofotes.
 
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