Operação Acolhida em Roraima fica sem dinheiro para atender imigrantes venezuelanos em Pacaraima
Governo Lula convoca reunião de emergência na Casa Civil
27/01/2025 15h31 - Atualizado há 2 dias
Operação Acolhida, na fronteira do Brasil com Venezuela — Foto: Reynesson Damasceno/Ato Press
O governo do presidente Donald Trump suspendeu, por 90 dias, os repasse de recursos para ajuda humanitária prestada pela Organização Internacional para as Migrações (OIM). O órgão é parceiro da Operação Acolhida, que recebe venezuelanos que fogem do regime de Nicolás Maduro pela fronteira de Roraima desde 2017.
A medida será avaliada em uma reunião de emergência na Casa Civil da Presidência da República, marcada para às 15h. Devem participar representantes dos ministérios da Justiça, da Defesa e das Relações Exteriores.
A interrupção dos repasses, confirmada por interlocutores do governo brasileiro, afeta o sistema de distribuição de recursos oriundos de instituições, como o Bureau de População de Refugiados e Migração (PRM) e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). O dinheiro era distribuído pela OIM.
Segundo um integrante do governo brasileiro, a OIM deixará de receber cerca de US$ 5 milhões. O dinheiro é usado, entre outras coisas, para o combate ao tráfico de pessoas, saúde dos imigrantes e desenvolvimento de políticas para o setor.
Estima-se que, no caso da Operação Acolhida, quase 1 milhão de venezuelanos entraram no Brasil. Com a renovação do mandato de Maduro e a onda de repressão no país a opositores que não aceitaram o resultado da eleição na Venezuela, em julho do ano passado, o volume de ingressos de cidadãos do país vizinho em Roraima deve aumentar.