A presença do Exército na Terra Indígena Yanomami em Riraima foi ampliada com a inauguração do Destacamento Especial de Fronteira (DEF) de Waikás, com a participação do general Tomás Paiva. Com a nova unidade, o combate à exploração ilegal de ouro dentro da TI será intensificado, assim como a proteção e segurança das comunidades indígenas da região.
Durante a inauguração, o general Paiva destacou a importância do trabalho conjunto entre os órgãos do Governo Federal na força-tarefa de segurança e proteção do território e dos indígenas. “Nossa prioridade é garantir que os povos indígenas tenham acesso à segurança, saúde e a um meio ambiente preservado. O trabalho entre o Exército e os órgãos civis é essencial para isso”, afirmou.
Participaram da solenidade o comandante Militar da Amazônia, general Costa Neves, e o chefe de Educação e Cultura do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, general Montenegro, além de representantes da Casa de Governo, da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) e do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam).
Estrutura e funcionamento do DEF
O DEF de Waikás conta com alojamentos, instalações administrativas e áreas operacionais para suporte às atividades das forças de segurança. As obras foram concluídas em aproximadamente 18 meses.
Além de reforçar a presença do Estado na região, o destacamento funcionará como um hub estratégico para ações de combate ao garimpo ilegal, devido à sua localização privilegiada. A unidade permitirá operações integradas aéreas e fluviais, facilitando o monitoramento da TIY e agilizando a resposta contra invasores. A proximidade com áreas historicamente afetadas pelo garimpo ilegal também fortalecerá o controle sobre rotas de acesso utilizadas por garimpeiros e outras atividades ilícitas.
“O Destacamento Especial de Fronteira de Waikás é um passo essencial para garantir uma presença permanente do Estado na região. Teremos um salto de qualidade na proteção e no patrulhamento do rio Uraricoera, sendo resultado da atuação coordenada entre diversas agências, com destaque para o trabalho coordenador da Casa de Governo”, completou o general Paiva.
A região de Waikás, em especial, é uma das mais afetadas pelo garimpo ilegal dentro da TI Yanomami, com graves impactos ambientais e sociais. A exploração mineral na localidade desmatou vastas áreas da floresta, contaminou os rios com mercúrio e gerou conflitos violentos entre invasores e indígenas. Além disso, a atividade ilegal desencadeou uma crise humanitária, agravando a desnutrição e facilitando a disseminação de doenças entre os Yanomami.
Desde o início das ações do Governo na TIY houve uma redução significativa na abertura de novas áreas de exploração ilegal. Em 2022, foram identificados 1.002 hectares de novos garimpos na região. Em 2023, esse número caiu para 115 hectares e, até dezembro de 2024, apenas 42 hectares de novos garimpos foram registrados, representando uma redução de 95,76% em relação a 2022, segundo dados do Censipam.
