Ministério da Justiça investiga extravio de munições da Força Nacional na terra indígena Yanomami em Roraima

Também investiga o uso de duas granadas em área de garimpo. Povo Yanomami viveu crise de fome e de desnutrição

- Fonte: Metrópoles
20/02/2025 06h13 - Atualizado há 1 dia

O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) investiga o extravio de ao menos nove cartuchos, três munições e um rádio APX em Terra Indígena (TI) Yanomami em Roraima. Os materiais bélicos pertencem à Diretoria da Força Nacional de Segurança Pública (DFNSP) da pasta.

Ao todo, a coluna levantou a abertura de 11 inquéritos técnicos pelo ministério de setembro de 2024 a fevereiro de 2025. Questionada, a pasta confirmou as informações, mas se limitou a dizer que as investigações correm em caráter restrito e que pode adotar medidas para ressarcimento ao Estado.

“O Ministério da Justiça e Segurança Pública informa que os inquéritos instaurados para apurar o extravio de materiais na Terra Indígena Yanomami estão em andamento e têm caráter restrito, a fim de não comprometer as investigações”, informou, em nota.

A pasta acrescentou que a apuração busca identificar as circunstâncias do extravio e eventuais responsabilidades dos profissionais mobilizados. “Caso seja constatada responsabilidade de um ou mais agentes, serão adotadas as medidas cabíveis, incluindo providências para ressarcimento ao erário e possível desmobilização do profissional envolvido.”

Cada um dos processos administrativos tem 20 dias para ser concluído a partir da data de autuação. Integrantes da Polícia Federal (PF) explicaram à coluna que, em seguida, a investigação do MJSP pode passar para a esfera criminal, na corporação, se necessário.

Terra Yanomami

O Ministério da Saúde declarou estado de emergência na região em 2023 diante da crise da fome e da grande quantidade de casos de desnutrição, malária e Covid no povo Yanomami. Uma espécie de força-tarefa ministerial passou a atuar na região, com atuação das pastas dos Direitos Humanos, dos Povos Indígenas e da Defesa.

A PF passou a apurar genocídio e omissão de socorro na região. Como mostrou o Metrópoles em janeiro, o inquérito ainda não foi concluído mesmo dois anos após a abertura.

 


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