Imagens noturnas mostra presença garimpeira na área Yanomami. Reprodução: Rede Globo
Na Amazônia brasileira, novas imagens mostram a ação ilegal de garimpeiros na Terra Indígena Yanomami. Duas pessoas foram presas em uma pista de voo clandestina. Por trás das nuvens e mais perto, no chão, o flagrante de um crime: aviões em pistas de pouso clandestinas na Reserva Yanomami. As imagens da Força Aérea, obtidas com exclusividade pelo Jornal Nacional, mostram a movimentação de aviões de garimpeiros e os estragos causados à floresta.
À noite, os radares da FAB revelam pequenas cidades erguidas pela ilegalidade do garimpo. A Força Aérea identifica os locais de atuação do garimpo. De cima, localiza pistas e ocupações ilegais. Essas informações são repassadas aos agentes da Polícia Federal, Ibama e Polícia Rodoviária Federal, que atuam juntos para expulsar os invasores.
Na ação conjunta desta semana, os agentes conseguiram prender o piloto de um avião, João Gabriel Floriano Cardoso, e o copiloto, Hercules Freitas. A dupla estava em uma pista ilegal de garimpo. Na abordagem, o piloto destruiu o celular, mas o aparelho dele e do comparsa foram apreendidos. A aeronave foi incendiada.
Na audiência de custódia, os dois foram liberados com uso de tornozeleira eletrônica. João Gabriel era quem pilotava uma aeronave que caiu há 12 dias no rio de uma praia em Boa Vista. Ninguém ficou ferido.
As ações de apoio aos indígenas seguem. Cerca de 350 toneladas de alimentos já foram entregues em 40 aldeias. E ainda há muito a ser feito. Imagens gravadas esta semana pelo Conselho de Saúde Indígena Yanomami mostram a destruição deixada pela extração ilegal.
Mas, apesar de tudo, existe fôlego para esperança. Como a recuperação de um rio, como mostra o coordenador do Conselho de Saúde Indígena Yanomami, Júnior Hekurari: "Olha aqui! Água que era cheia de lama. Tem dois meses que os garimpeiros foram embora, foram retirados pelo governo. Então, agora, a gente vê água limpa, se curando de novo".
RADARES DA FAB Mas, apesar de tudo, existe fôlego para esperança. Como a recuperação de um rio, como mostra o coordenador do Conselho de Saúde Indígena Yanomami, Júnior Hekurari: "Olha aqui! Água que era cheia de lama. Tem dois meses que os garimpeiros foram embora, foram retirados pelo governo. Então, agora, a gente vê água limpa, se curando de novo".
Os radares também captam imagens noturnas no território. Com isso, a FAB consegue detectar os acampamentos montados pelos invasores. As atividades se intensificaram após o fechamento do espaço aéreo para saída voluntária de garimpeiros.
O frete aéreo é o modo mais caro para se acessar os garimpos instalados na floresta. Os garimpeiros comentam que atualmente os voos clandestinos custam R$ 15 mil por pessoa - antes, custavam R$ 11 mil.
Os locais de atuação do garimpo são identificados de cima, e essas informações são repassadas aos agentes da Polícia Federal, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que atuam juntos para expulsar os invasores.