Um relatório de auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) ao qual o Roraima em Tempo teve acesso mostra que entre 2020 e 2023, Roraima manteve uma taxa de mortalidade materna até três vezes maior que a média nacional.
Durante os quatro anos, 90 mães morreram no Hospital Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazareth. O maior registro foi em 2021, com 36 casos. O ano foi marcado pelo início da reforma do prédio permanente da unidade e transferência das pacientes para a estrutura de tendas e lonas no bairro 13 de Setembro, zona Oeste de Boa Vista.
Outro dado que chama a atenção no relatório de auditoria é acerca do número de óbitos infantis. Entre 2020 e 2023, o total de 714 bebês morreram na maternidade de Roraima. O maior registro também foi em 2021, com 191 casos, seguido de 2023, com 183.
Para identificar os motivos dos números, a equipe de auditoria solicitou à Secretaria da Saúde (Sesau) para que se manifestasse acerca da mortalidade materno-infantil.
Através de ofício, a Pasta informou que a falta de pré-natal, pré-natal tardio, gravidez recorrente, pacientes oriundas da Venezuela e Guiana são as principais razões. Por isso, a Secretaria sugeriu que o TCU também fizesse perguntas às secretarias municipais relacionadas à atenção básica.
Por outro lado, o Tribunal de Contas destacou que a Sesau possui uma Coordenação-Geral de Atenção Básica que deveria se inteirar e atuar de forma integrada com a atenção básica dos municípios roraimenses para fomentar orientação sobre gravidez e necessidade de pré-natal.
No mesmo sentido, o TCU salientou que a Secretaria de Saúde tem assento na Comissão Intergestores Bipartite de Roraima (CIB). “Assim, tais temas já deveriam estar em pauta constante daquele colegiado para que se conseguisse efetivamente adotar medidas para reduzir as ocorrências de tais eventos”, disse o Tribunal sobre as causas dos elevados números apresentadas pela Pasta.
