CACAUICULTURA: ALE-RR promove seminário sobre a cadeia produtiva do cacau em Caroebe

Evento de dois dias reúne produtores, técnicos e pesquisadores para discutir o potencial econômico da cacauicultura em Roraima

- Informações e fotos: SupCom/Assembleia
02/05/2025 18h45 - Atualizado há 16 horas

Com o objetivo de fortalecer a cadeia produtiva do cacau em Roraima, a Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) promove, em Caroebe, o 1º Seminário Estadual sobre a Cacauicultura. O evento iniciou nesta sexta-feira (2) e reúne produtores, técnicos, pesquisadores e representantes de instituições financeiras para discutir inovações tecnológicas, sustentabilidade e acesso ao crédito fundiário.

A cacauicultura desponta como uma das alternativas econômicas mais promissoras para o Estado, especialmente na região Sul. Por isso, o seminário busca orientar quem já cultiva o cacau e incentivar novos investimentos na atividade, com foco na geração de renda, desenvolvimento regional e fortalecimento da agricultura familiar.

A estudante de Agronomia Andressa Wandscheer participa do evento e integra um projeto da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) sobre produção de cacau no sul de Roraima. Para ela, a iniciativa é essencial para o futuro do setor.

“Esse seminário traz conhecimento e esperança para os produtores. Ter instrutores experientes, que compreendem a cultura do cacau desde a semente até o fruto, faz toda a diferença”, destacou.

O agricultor Rosinaldo Dias cultiva cacau em uma área de 2,5 hectares, além de produzir banana, café e laranja. Atualmente, ele utiliza o sistema seminal, no qual as mudas são originadas de sementes. Com o seminário, espera aprender sobre o cultivo clonal, que une material genético visando maior produtividade e resistência a pragas.

“Será bom para todos nós produtores aqui da região. O cacau clonal representa um avanço para a produção local”, afirmou.

O presidente da ALE-RR, deputado Soldado Sampaio (Republicanos), reforçou o compromisso da Casa com o desenvolvimento do setor primário.

“A Assembleia acredita na produção de cacau como alternativa de renda para pequenos e médios produtores. O cacau é originário da Amazônia e tem mercado global. Nosso papel é contribuir com a organização dessa cadeia produtiva”, ressaltou.

O deputado Armando Neto (PL), presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca, Aquicultura e Política Rural, também destacou o valor da cultura cacaueira.

“O cacau tem alto valor agregado e grande demanda. Sem dúvida, ele pode impulsionar a agricultura familiar em Roraima, que já tem se destacado pela diversidade e qualidade da produção”, pontuou.

Potencial agrícola e sustentável

Além do retorno financeiro, o cultivo do cacau traz benefícios ambientais, por ser comumente adotado em sistemas agroflorestais. Essa prática contribui para a preservação da vegetação nativa, promoção da biodiversidade e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, como a fixação de carbono. O impacto ao solo também é reduzido, em comparação com outras culturas, o que torna a cacauicultura uma opção ambientalmente mais sustentável.

Juarez Pereira, representante da Associação Nacional dos Produtores de Cacau, reforçou a necessidade de investimento em tecnologia.

“O cacau é viável economicamente, justo socialmente e sustentável ambientalmente. Mas para que essa atividade se fortaleça, é fundamental o acesso à tecnologia, crédito, e regularização fundiária e ambiental”, explicou.

Brasil é o 5º maior produtor mundial

O Brasil produz de 200 mil a 300 mil toneladas de cacau por ano, ocupando a quinta posição no ranking mundial. Em Roraima, a produção ainda é recente, iniciada por volta de 2019, mas apresenta grande potencial. A expectativa é que 2025 marque a primeira grande colheita comercial, uma vez que o ciclo da planta até a frutificação leva, em média, cinco anos.

Em 2023, uma produção experimental resultou na colheita de 80 toneladas de amêndoas secas, destinadas a Rondônia e, posteriormente, exportadas para o mercado internacional.

A empresária Claudete Novaes, de Rondônia, foi uma das palestrantes do primeiro dia e abordou o acesso ao crédito fundiário como ferramenta essencial para impulsionar a produção.

“Estamos trazendo informações valiosas sobre os benefícios do crédito para viabilizar o cultivo do cacau, especialmente para os pequenos produtores que desejam iniciar essa atividade com segurança e sustentabilidade”, disse.

A programação do primeiro dia incluiu palestras sobre inovações tecnológicas, rodas de conversa com especialistas e instituições financeiras. No sábado (3), os participantes também visitarão uma unidade produtiva da região, onde serão realizadas atividades práticas com orientação técnica especializada.

 


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