O ministro Flávio Dino – do Supremo Tribunal Federal (STF) definiu o destino de um pendrive da Polícia Federal que contém imagens do momento em que o senador Chico Rodrigues, do PSB de Roraima, foi flagrado por agentes da Polícia Federal com dinheiro guardado na cueca. A operação ocorreu em outubro de 2020.
Relator do inquérito contra Rodrigues no STF, o ministro determinou nessa segunda-feira, 19, que o pendrive fique guardado na Corte, sem necessidade de disponibilização virtual do seu conteúdo.
Ele chamou atenção para as “imagens sensíveis” colhidas pela PF e a informação da Secretaria Judiciária do STF sobre não ser possível colocar os arquivos em segredo de justiça. No último dia 9, Dino havia determinado a digitalização de todo o conteúdo de um envelope que incluía o pendrive.
Ao justificar a decisão, Dino alegou que os arquivos contêm “imagens sensíveis” e que a Secretaria Judiciária do STF informou não ser possível manter o material em segredo de Justiça no sistema eletrônico da Corte. Por isso, o ministro determinou que o conteúdo permaneça armazenado fisicamente, longe do ambiente digital do tribunal.
Flávio Dino e Chico Rodrigues foram correligionários no PSB entre fevereiro de 2023 e fevereiro de 2024, quando Dino assumiu o STF. O inquérito ao qual o roraimense responde investiga suspeitas de desvio de verbas públicas destinadas ao combate à Covid-19 em Roraima.
A operação que mirou Chico Rodrigues, então um dos vice-líderes do governo Bolsonaro no Senado, apurou supostos desvios de recursos para combater a pandemia em Roraima. Em 2021, Rodrigues foi indiciado por peculato, advocacia administrativa, embaraço às investigações e lavagem de dinheiro.