Três municípios de Roraima estão entre os piores no ranking de quallidade de vida do Brasil

Dos 20 municípios mais bem colocados no Índice de Progresso Social, 14 estão no interior de São Paulo; somente três são capitais

29/05/2025 07h55 - Atualizado há 1 dia
Três municípios de Roraima estão entre os piores no ranking de quallidade de vida do Brasil
Uiramutã, no norte de Roraima, figura como a cidade com pior qualidade de vida do Brasil

A pequena cidade de Gavião Peixoto, no interior de São Paulo, registra a melhor qualidade de vida no Brasil, segundo relatório do Índice de Progresso Social (IPS) dos 5.570 municípios brasileiros, divulgado nesta quinta-feira, 29. É o segundo ano consecutivo que Gavião Peixoto fica no topo do ranking nacional, com uma pontuação de 73,6, em uma escala que vai de 0 a 100 (leia mais abaixo).

O índice é feito com base em 57 indicadores sociais e ambientais e revela que, apesar de avanços, os desafios para garantir qualidade de vida à população brasileira ainda são grandes e, sobretudo, desiguais. A segunda colocação no ranking nacional ficou com Gabriel Monteiro (SP), seguido de Jundiaí (SP). Dos 20 municípios mais bem colocados, nada menos que 14 estão no interior de São Paulo e somente três são capitais: Curitiba (PR), Brasília (DF) e Campo Grande (MS).

De acordo com os pesquisadores responsáveis pelo índice, de forma geral, as capitais apresentam melhor qualidade de vida do que cidades do interior. Mas, essa lógica se inverte em São Paulo e em algumas regiões do Sul e do Centro-Oeste.

De forma geral, as regiões Sudeste e Sul concentram os municípios com os melhores índices, enquanto as piores pontuações são registradas no Norte (em especial a região da Amazônia Legal). Entre as 20 cidades com as piores pontuações no índice de qualidade de vida se destacam Uiramutã (RR), Jacarecanga (PA), Amajari (RR), Bannach (PA) e Alto Alegre (RR).

O IPS Brasil é uma parceria entre o Imazon, Fundação Avina, iniciativa Amazônia 2030, Anattá, Centro de Empreendedorismo da Amazônia e Social Progress Imperative.

As fontes utilizadas para a consolidação do índice vão desde bases consolidadas, como DataSUS, CadÚnico e Anatel, até dados de iniciativas como o MapBiomas e o Instituto de Estudos para Políticas de Saúde. Diferentemente de índices econômicos como o Produto Interno Bruto (PIB) e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o IPS mede diretamente como resultados sociais e ambientais refletem na vida das pessoas.

A escolha dos 57 indicadores usados no cálculo obedece a critérios como relevância social ou ambiental. Os indicadores são divididos em três dimensões: necessidades humanas básicas, fundamentos do bem-estar e oportunidades. Isso ajuda a explicar, por exemplo, o motivo de em alguns casos cidades mais pobres terem desempenho melhor do que municípios mais ricos. Ainda assim, na média, cidades mais ricas e com maiores facilidades de acesso tiveram melhores desempenhos.

A edição deste ano traz uma atualização importante: foram incluídos cinco novos indicadores: consumo de alimentos ultraprocessados, resposta ao benefício previdenciário, resposta a processos familiares, índice de vulnerabilidade das famílias e famílias em situação de rua.

Cada dado passa por uma modelagem estatística detalhada que inclui normalização, verificação de qualidade, definição de valores de referência e aplicação de pesos. O resultado final é um índice que varia de zero (pior cenário) a 100 (melhor cenário), refletindo a média simples dos desempenhos nas três dimensões de progresso social.

 


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