Uma denúncia grave sacode o setor de contratos públicos no Brasil: a empresa A.R.T Táxi Aéreo, contratada pela FUNAI e vinculada à gigante multinacional Ambipar, está sendo investigada por usar aeronaves pagas com dinheiro público para praticar garimpo ilegal em áreas de proteção ambiental.
Segundo documentos da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, aeronaves da ART foram flagrantemente utilizadas como instrumento para crimes ambientais, inclusive dentro de territórios indígenas e regiões com ocorrência de minérios de alto valor econômico. O avião modelo Cessna 208B, matrícula PT-MEV, foi apreendido após ser identificado em operações clandestinas, com indícios claros de uso para transporte e apoio a atividades ilegais de mineração.
A Justiça Federal já autorizou a alienação do bem como forma de evitar perdas ao erário, reconhecendo o envolvimento direto da aeronave em crimes graves A investigação aponta que a empresa oferecia valores muito abaixo do mercado para vencer licitações públicas, como no caso do contrato com a FUNAI, e usava a estrutura dos contratos legais para acobertar e facilitar operações criminosas em áreas isoladas.
A ART Táxi Aéreo mantém contratos ativos com diversos órgãos e empresas estratégicas, incluindo a FUNAI (Coordenação Regional Centro-Leste do Pará), o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Rio Tapajós, a multinacional Ambipar, a mineradora Brazaouro Recursos Minerais e até mesmo o Exército Brasileiro, por meio do 7º Batalhão de Engenharia de Construção (7º BEC).
E o mais grave: a empresa está atualmente concorrendo a novas licitações com o Exército Brasileiro, o que poderia significar a continuidade do uso de recursos públicos para o apoio logístico ao garimpo ilegal.
A pergunta que fica é: até quando o poder público vai fechar os olhos para essa farsa disfarçada de contrato legal? Quantas áreas protegidas ainda serão devastadas com o apoio de empresas que usam o dinheiro dos brasileiros para enriquecer com a destruição?