A CBF promoveu um evento nesta segunda-feira (11) em um hotel no Rio de Janeiro para marcar o início oficial do debate sobre o fair play financeiro no futebol brasileiro. A entidade se reuniu com clubes e federações para debater o projeto, que será entregue em 90 dias e pode entrar em vigor a partir de 2026.
O presidente da CBF, Samir Xaud, comentou que a entidade deseja criar um futebol brasileiro autossustentável.
De acordo com Ricardo Gluck Paul, um dos vice-presidentes da CBF, todos os clubes da Série A e 13 clubes da Série B se mostraram favoráveis à implementação do fair play financeiro.
— Basicamente consiste em garantir o relacionamento de pagamentos entre clubes e atletas, clubes e clubes e clubes e governo. Já é realizado com sucesso em outras praças e queremos construir no Brasil. Temos 33 clubes e 10 federações em um movimento histórico. Junto com todas essas pessoas, fazer um modelo que atenda a realidade brasileira — afirmou Gluck Paul.
Ao ser perguntado sobre a sugestão de Marcelo Paz, CEO do Fortaleza, de implementar uma regra que proíba os times que estão devendo outros clubes brasileiros de contratarem novos jogadores, Samir disse que a entidade vai avaliar com calma a medida, ouvindo as equipes.
— Não vamos tomar nenhuma medida precipitada. Queremos fazer o sistema autossustentável, com pés no chão, para conduzirmos da melhor forma possível — disse o presidente da CBF.
A CBF tem até 90 dias para entregar o projeto final, depois de conversas com os clubes e as federações. Há urgência para a implementação, mas o discurso prega cautela, para evitar um colapso financeiro.
— Temos essa missão com presidente Samir. Temos 90 dias para entregar o projeto final. Já começa em 2026, mas com responsabilidade. Haverá ondas de implementação para chegar à plenitude do programa. Não queremos implementar de uma vez só, há o temor de um colapso. Por nós, isso está afastado. Temos senso de urgência, mas senso de responsabilidade — disse Gluck Paul.
— É um primeiro encontro, procuraremos ouvir os clubes e as formas de fair play financeiro que o corpo técnico trouxe para nós. Uma discussão mais firme e aprimorada para colocar em prática o fair play. Não posso cravar datas ou números, depende das discussões que faremos. Quero fazer o mais rápido possível, dentro de uma medida que não coloque em risco o futebol brasileiro — completou Samir Xaud.
O encontro desta segunda-feira foi introdutório, com reuniões entre clubes e federações e apresentações, como a de um representante da Uefa sobre o sistema de fair play implementado na Europa. Há apresentações de especialistas previstas e painéis de discussão entre os envolvidos.