Não há dúvidas da aprovação pela a Assembleia Legislativa do nome do senador Mecias de Jesus (Republicanos) para ocupar a cadeira de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Aberta pela aposentadoria do decano Manoel Dantas, a vaga será preenchida depois de cumprido o rito técnico na ALE.
Mas é mera formalidade, apesar de pertencer ao governador, a indicação passará por avaliação, sabatina e votação em plenário para depois seguir para nomeação. Quanto a isso não haverá embaraço algum.
Deputado estadual por seis mandatos seguidos, presidente da Casa por 8 anos em sequência, Mecias tem margem de sobra para consagrar sua ascensão ao posto vitalício.
Marcos Jorge
Com a saída de Mecias de cena, logo vem a pergunta óbvia: ‘e quem será seu herdeiro político nas eleições de 2026, já que o filho Jhonatan de Jesus (hoje ministro do TCU) não milita mais na política?’. Marcos Jorge, atual deputado estadual, será o ungido.
compadre de Mecias, são amigos leais e fieis e parceiros políticos há anos, será o ungido.
‘Marquinho’ goza da amizade e da confiança de Mecias, são amigos leais e fieis e parceiros políticos há anos, e pelo legado deixado pelo senador em todo Estado nas últimas décadas, a indicação já definida à Câmara Federal certamente não terá obstáculos.
Os caminhos de Brasília
Marcos Jorge tem valores a agregar a um futuro mandato de deputado federal: conhece como ninguém os caminhos de Brasília.
Saberá, por experiência, abrir as portas do Poder e isso certamente facilitará no desempenho do mandato.
Foi secretário Executivo do Ministério dos Esportes – com a atribuição de organizar as Olimpíadas de 2016 – e foi ministro de Indústria, Comércio Exterior e Serviços no governo de Michel Temer – a mesma posição hoje ocupada pelo vice presidente Geraldo Alkimim.
E por isso será favorecido ante os demais. Por que em Brasília persevera-se o título de que ‘quem foi ministro nunca deixa de ser ministro’.
Experiência em gestão
Ainda sobre Marcos Jorge, experiência no serviço público e em gestão lhe sobram, pela quantidade de funções de destaque que já ocupou no âmbito do Estado de Roraima.
Foi secretário Estadual de Cultura na gestão de Suely Campos, e ocupou as secretarias de Fazenda e Planejamento antes de se lançar na disputa pelo voto como candidato a deputado estadual em 2022.
Naquela sua primeira eleição ao parlamento estadual, foi o terceiro mais votado entre os 24 candidatos eleitos com 7.624 votos.
Darby na ALE
E se Mecias vai para o TCU e Marcos Jorge herdará a vaga de principal candidato do Republicanos à Câmara dos Deputados, a ‘o prole’ do senador carece também de um representante na Assembleia Legislativa.
E a escolha já foi feita: Darbilene Rufino do Vale, esposa do senador, fará dobradinha com Marcos Jorge como principais legatários dos votos de Mecias que são muitos e disputará umas das 24 vagas no parlamento estadual.
Darbilene traz política do berço. Filha de Afonso Rodrigues do Vale – vereador em Boa Vista por quatro legislaturas seguidas – é também militante ativa do Republicanos Mulheres onde tem atuação destacada junto com marido em todo o Estado.
Vagas abertas
A saída de Mecias do páreo eleitoral nas eleições de 2026 implica afirmar, praticamente, que duas vagas se abrem na corrida ao Senado Federal. Senão vejamos: Chico Rodrigues – cujo mandato se encerra no ano que vem – está desgastado ainda pelo episódio do dinheiro na cueca.
Corre o risco se for disputar a reeleição. É mais provável buscar seu retorno à Câmara Federal.
Denarium fora
Que seja cassado ou não em no dia 26 deste mês – é mais provável que seja enxotado do Palácio Senador Hélio Campos – a situação política de Antonio Denarium estará complicada em qualquer que seja a decisão.
Perdendo o mandato estará fora de vez da disputa ao Senado – é sua pretensão nas eleições vindouras – porque lhes serão excluídos seus direitos políticos.
Se for mantido no cargo – pouco provável – mesmo assim terá dificuldades em registrar uma candidatura pela sua condição de inelegível.
Quatro cassações
As cassações de Denarium e de seu vice Damião – 4 ao todo no TRE e ratificadas pela Procuradoria Geral Eleitoral – resultaram também na inelegibilidade de ambos por 8 anos.
Mesmo que se lance ao Senado em 2026, Denarium terá seu registro negado na Vara Eleitoral – juízo de 1ª Instância – e obrigatoriamente no TRE que o deletou por crimes eleitorais diversos.
Se persistir terá que percorrer um longo caminho até o TSE como busca da salvação, e até lá, com a campanha já em curso, estará prejudicado.
Portanto, quem apostar na candidatura de Denarium no ano que vem, tenha cuidado. Pode estar jogando dinheiro no lixo.
E o Mário Assato?
Um excelente médico, político nem tanto. Será mais um daqueles candidatos com apelo na vexatória mania da honestidade e dos bons costumes.
Esse passionalismo funciona na família e nos grupos de amigos, na política não. Assato é festejado pelo seu profissionalismo e por isso mesmo deveria ficar onde estar: praticando a boa medicina.
E reparem bem: se filiou num partido de esquerda, lulista – o Avante – num estado predominantemente de direita bolsonarista. Com o agravante de ser apadrinhado por Jalser Renier, que, embora tente ressuscitar para as eleições de 2026 – pouco provável – está com os direitos políticos cassados até 2030.
Ademais não tem o engajamento político-eleitoral, imprescindível para uma campanha de sucesso.