Os traficantes da Venezuela caçados pelos EUA e que podem estar em Roraima e outros 4 estados do Brasil

Governo Trump oferece US$ 12 milhões por chefes da facção Tren de Aragua, que expande seus tentáculos pela América do Sul, inclusive em solo brasileiro

- Fonte: Veja
07/09/2025 08h48 - Atualizado há 12 horas
Os traficantes da Venezuela caçados pelos EUA e que podem estar em Roraima e outros 4 estados do Brasil
Integrantes do grupo venezuelano Tren de Aragua chegam a presídio de El Salvador após terem sido deportados pelos Estados Unidos.

Organização criminosa que mais se expandiu nos últimos anos na América do Sul, o grupo Tren de Aragua, nascido em 2014 dentro de uma prisão da Venezuela, atua em diversos países do continente e tem expandido os seus tentáculos também no Brasil.

A ousadia do bando chamou atenção até mesmo do presidente dos EUA, Donald Trump, cujo governo classificou o grupo como “narcoterrorista”. Nesta semana, uma embarcação com drogas que seguia para a América do Norte — e que supostamente pertencia à facção — foi bombardeada pelos militares americanos, em ataque que deixou onze mortos.

Declarado “inimigo de guerra” pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o Tren de Aragua, maior facção criminosa da Venezuela, já conta com membros em ao menos seis estados brasileiros. A maior concentração fica em Roraima, que faz fronteira com o território venezuelano e recebeu milhares de refugiados do país governado por Nicolás Maduro nos últimos anos.

O Tren de Aragua atua com tráfico de drogas, extorsão, prostituição e contrabando de pessoas (coiotes, comuns na América Central). No Brasil, segundo autoridades públicas, o grupo tem parceria com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

A atuação da organização criminosa ocorre, até o momento, em Roraima, Amazonas, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Entre lavagem de dinheiro, tráfico e prostituição, a organização criminosa tenta permanecer próxima de fronteiras do Brasil com os países de língua espanhola, o que facilita o trâmite de novas ações criminosas.

Eles seguem a rota da migração feita por milhares de venezuelanos atingidos pela crise humanitária diante da ditadura de Nicolas Maduro.

A preocupação americana com o crescimento do grupo é tamanha que a administração Trump oferece até 12 milhões de dólares (65 milhões de reais na cotação atual) por informações dos líderes do grupo. Alguns deles podem estar no Brasil.

Segundo a Polícia Civil de Roraima, já há membros “diplomáticos” do Tren de Aragua em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Em São Paulo e no Rio, os traficantes venezuelanos se aliaram às duas maiores facções brasileiras: o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV).

Em Roraima, segundo especialistas, os criminosos se passaram por refugiados comuns e usaram benefícios oferecidos pelo governo Lula, como viagens para o interior do Brasil por meio da Operação Acolhida, para ampliar a rede de contatos no crime e área de atuação em território brasileiro.

“É possível (que ele esteja no Brasil), já que toda a entrada da fronteira da Venezuela em Pacaraima (Roraima) é meramente declaratória. Então, o venezuelano entra e não precisa nem apresentar documentos. Eles não precisam nem dizer nome nenhum na fronteira. Eles podem entrar pela fronteira sem sequer passar pelo controle migratório, porque como nós temos uma fronteira seca com a Venezuela, se eles andam mil metros na lateral, eles vão conseguir adentrar no território nacional sem qualquer tipo de fiscalização”, disse o delegado de

Em 2023, policiais da Venezuela invadiram o presídio de Tocorón, a menos de 150 quilômetros da capital Caracas, na tentativa de desarticular o Tren de Aragua, o que não aconteceu. Na ocasião, as autoridades citaram que Guerrero fugiu por um túnel e teria sido avisado por agentes corruptos da ação policial na cadeia.

Desde então, ele é considerado foragido e citado até que poderia estar nos EUA, mas também pode ter se escondido no Brasil, diante da praticamente inexistente fiscalização da fronteira no Norte do país. Repressão às Organizações Criminosas de Roraima, Wesley Costa de Oliveira, em entrevista a VEJA. 


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