URGENTE: Governo tenta abrir nova frente para exploração de petróleo na Bacia do Tacutu, em Roraima

ANP quer incluir dois blocos em Roraima na lista de oferta de áreas para concessão no país. Bacia do Tacutu, perto da fronteira com a Guiana, chegou a ser avaliada pela Petrobras no início dos anos 1980

10/10/2025 14h07 - Atualizado há 4 horas
URGENTE: Governo tenta abrir nova frente para exploração de petróleo na Bacia do Tacutu, em Roraima
A Bacia do Rio Tacutu (Roraima), na fronteira com a Guiana, terá blocos leiloados para exploração de Petróleo.

O governo brasileiro tenta abrir uma nova frente de exploração de petróleo na Amazônia. Desta vez, prevê oferecer blocos na bacia do Tacutu, em Roraima, perto da fronteira com a Guiana, uma região que chegou a ser avaliada pela Petrobras no início dos anos 1980.

Os blocos foram apresentados pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) ao mercado nesta quinta-feira (9), em audiência pública que debateu a inclusão de 275 novas áreas à lista da oferta permanente de áreas para concessão de petróleo no Brasil.

A oferta de blocos na bacia do Tacutu foi aprovada pelo CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) em dezembro de 2024. Se sua inclusão na oferta permanente for confirmada e houver interesse do mercado, eles podem ir a leilão já em 2026.

A bacia tem uma área de 12,5 mil quilômetros quadrados divididos entre Brasil e Guiana, onde é chamada de North Savannas. Fica em uma planície a cerca de cem metros de altitude com vegetação predominante de cerrado e savanas.

A Bacia do Tacutu tem potencial para exploração de petróleo e gás natural, com indícios de petróleo de boa qualidade, mas a viabilidade comercial ainda depende de mais pesquisas e estudos para confirmar se as reservas são suficientes para extração industrialO governo federal autorizou a exploração e programou o leilão de blocos para novembro deste ano. 

No início dos anos 1980, quatro poços foram perfurados, dois em cada país, mas depois a área saiu do radar da Petrobras. Segundo informações do governo, os poços não encontraram indícios de petróleo, mas há dados geoquímicos apontam para essa possibilidade e imagens sísmicas que podem indicar reservatórios.

Consultor com grande experiência na Petrobras, o geólogo Pedro Zalán não acredita em potencial para grandes acumulações de petróleo e gás na bacia de Tacutu, o que limitaria o interesse a petroleiras de menor porte. Ainda assim, a tentativa de inclusão dos blocos na oferta permanente foi questionada por organizações ambientalistas na audiência pública da ANP nesta quinta.

O Instituto Arayara, por exemplo, disse entender que a área dos blocos tem sobreposições com cinco áreas de influência direta em terras indígenas: Jabuti, Bom Jesus, Canauanim, Serra da Moça e São Marcos, onde vivem, ao todo, 20,6 mil pessoas.

A ANP afirmou na audiência que os blocos já foram recortados para evitar as sobreposições e que sua oferta é respaldada por manifestações conjuntas dos ministérios de Minas e Energia e do Meio Ambiente, que garantem aval ambiental a blocos exploratórios no país.

A pressão do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela abertura de novas fronteiras para exploração de petróleo é alvo de protestos pelo mundo e deve ser tema relevante na COP30, a conferência do clima da Organização das Nações Unidas, em Belém.

O principal foco de críticas é a perfuração do poço 59, na bacia da Foz do Amazonas, em processo de licenciamento. As entidades defendem que o consenso científico indica a necessidade de redução da queima de combustíveis fósseis para conter a mudança climática.


FONTE: ANP - Agência Nacional de Petróleo
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://peronico.com.br/.