02/10/2023 às 07h55min - Atualizada em 02/10/2023 às 07h55min

A caçada a líder de facção da Venezuela que já envolve 5 países da América do Sul.

Os governos da Venezuela e do Peru oferecem recompensas pela captura de Héctor Guerrero Flores. Enquanto isso, Chile, Colômbia e Equador lançaram alertas para impedir sua entrada nestes países.

- Com agências internacionais.
Foto: RMINISTÉRIO DO PODER POPULAR PARA RELAÇÕES INTERNAS DA VENEZUELA

A detenção de Héctor Guerrero Flores, conhecido como Niño Guerrero e líder da gangue Trem de Aragua, não é mais apenas um objetivo das autoridades venezuelanas. As forças policiais de ChileColômbiaEquador e Peru juntaram-se à busca por Guerrero, depois que o governo do presidente Nicolás Maduro não conseguiu prendê-lo durante a operação para recuperar o controle da prisão que servia como centro de operações da organização criminosa mais importante da Venezuela e uma das mais poderosas da região.
 

Em 21 de setembro, 11 mil policiais e militares venezuelanos entraram em Tocorón, uma prisão venezuelana localizada cerca de 140 quilômetros a sudoeste de Caracas, que foi dominada durante anos por Guerrero e pelos membros da Trem Aragua. No entanto, as autoridades não encontraram Niño Guerrero dentro da prisão. Maduro disse que autoridades "corruptas" avisaram o líder do Trem de Aragua sobre a operação para que ele pudesse escapar.
 

"Infelizmente, devido à corrupção de um grupo de funcionários que já estão presos, alertaram esses pranes [como são conhecidos os chefes das prisões na Venezuela] e criminosos da operação de libertação. Eles estão detidos e serão julgados e punidos", disse Maduro num discurso televisionado na segunda-feira (25/9). O presidente disse que seu governo oferecerá uma recompensa a quem apresentar informações sobre o paradeiro de Guerrero. 

Afirmou que 88 pessoas ligadas à organização foram detidas e que pediu ajuda às autoridades de outros países para prender outros fugitivos do grupo criminoso. "Nos coordenamos com os governos da ColômbiaEquadorPeru e Chile para que a operação de busca, perseguição e captura contra esses criminosos seja internacional", afirmou.
 

O ministro venezuelano das Relações Interiores, Remigio Ceballos, acrescentou que a Venezuela está posicionada "geopoliticamente para colaborar e contribuir com os órgãos de segurança cidadã" de outros países, com os quais está em "contato permanente". No entanto, a ONG Observatório Prisional Venezuelano, especializada na defesa dos direitos humanos da população carcerária, alertou em um comunicado que Guerrero tinha negociado com o governo a sua libertação antes de assumir o controle da prisão.

 

No entanto, as autoridades não encontraram Niño Guerrero dentro da prisão. Maduro disse que autoridades "corruptas" avisaram o líder do Trem de Aragua sobre a operação para que ele pudesse escapar. "Infelizmente, devido à corrupção de um grupo de funcionários que já estão presos, alertaram esses pranes [como são conhecidos os chefes das prisões na Venezuela] e criminosos da operação de libertação. Eles estão detidos e serão julgados e punidos", disse Maduro num discurso televisionado na segunda-feira (25/9).
 

O que se sabe sobre o Niño Guerrero?

 

Héctor Rusthenford Guerrero Flores nasceu e cresceu em Maracay, capital do estado de Aragua, no centro-norte da VenezuelaAs autoridades judiciais venezuelanas informam que Guerrero iniciou a sua carreira criminosa no início dos anos 2000 e foi acusado de disparar contra um agente da polícia que morreu em 2005.
 

'Niño Guerrero' foi preso em 2010, quando entrou pela primeira vez na prisão de Tocorón, sob a acusação de tráfico de drogas, homicídio e roubo. Dois anos depois conseguiu escapar e cometeu novos crimes que o levaram a se tornar um dos criminosos mais procurados da VenezuelaGuerrero foi capturado novamente em 2013 e novamente detido na prisão de Tocorón.

Foi condenado a 17 anos de prisão pelos crimes de homicídio, tráfico de droga, roubo de identidade e ocultação de armas de guerra, entre outros crimes, em 2018, pelos quais não cumpriu a totalidade da pena.
 

A jornalista e pesquisadora venezuelana Ronna Rísquez, autora do livro "El Tren de Aragua. A gangue que revolucionou o crime organizado na América Latina", alerta que a intervenção na prisão onde surgiu esta mega gangue não significa que a organização tenha sido desmantelada.
 

Além de terem encontrado armas de guerra, granadas, explosivos, lança-foguetes e munições, as autoridades venezuelanas disseram que descobriram túneis para o exterior na prisão e que a fuga de alguns presos foi frustrada durante a operação.
 

O presídio contava com instalações semelhantes às de um hotel, como piscina, boate, playground, cassino, restaurantes com esplanada, bares, lojas de bebidas, caixas eletrônicos e até um zoológico que exibia onças, pumas e avestruzes.


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://peronico.com.br/.
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp