04/10/2023 às 07h36min - Atualizada em 04/10/2023 às 07h36min
Oposição rechaça tentativa do governo de Nicolás Maduro de adiar primárias na Venezuela.
Comissão Nacional das Primárias confirmou que pleito ocorrerá em 22 de outubro; órgão controlado pelo chavismo queria que votação fosse um mês depois.
- Com agências internacionais
A oposição da Venezuela rejeitou nesta segunda-feira, 2, a proposta do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) de adiar em quase um mês as eleições primárias, responsáveis por definir o candidato que competirá contra o presidente do país, Nicolás Maduro, nas eleições de 2024. O posicionamento foi emitido através de um comunicado da Comissão Nacional Primária (CNP), que ressaltou que é preciso “manter a data devido ao seu significado e relevância para o sucesso do processo”.
A CNP, encarregada de organizar as eleições internas da oposição, informou que foram realizadas múltiplas reuniões de consulta para analisar a sugestão do CNE, controlado pelo chavismo. O órgão concluiu, então, que as primárias “estão agora na sua fase final, com um calendário próximo de culminar com a realização das eleições no dia 22 de outubro” e que a disputa deve seguir “conforme configurado” previamente.
As autoridades eleitorais procuravam alterar a data para 19 de novembro, sob a justificativa de que somente assim poderiam prestar a assistência técnica adequada para a organização das primárias. A CNP, no entanto, contestou as justificativas e afirmou que a CNE “deixou de responder” aos pedidos de auxílio, enviados à entidade em 5 de junho, após uma demissão em massa do Conselho Administrativa.
No documento emitido nesta segunda-feira, a CNP solicitou que cerca de 400 centros de votação, além dos 3.010 já existentes, sejam habilitados para facilitar o acesso às urnas, e reitera que os ministérios do Interior e da Defesa precisam elaborar um plano de segurança para o dia das primárias. Os organizadores também exigiram que correspondentes internacionais e peritos para o dia das primárias. Os organizadores também exigiram que correspondentes internacionais e peritos participem do processo eleitoral.
“Se a CNE aceitar estes pedidos, estaria colaborando com as primárias como iniciativa cidadã e democrática, naquilo que nesta altura do processo pode ser benéfico para o seu desenvolvimento e concretização, em benefício da participação política”, conclui a carta.
Favorita nas pesquisas, María Corina Machado (do partido Vamos Venezuela) reforçou o coro à CNP e destacou que a instituição “tem sido muito clara” no planejamento da disputa entre 12 candidatos de oposição. Ela argumentou que o processo eleitoral “já avançou, muitas pessoas já foram treinadas, o material já está pronto” e que, por isso, “não há mais volta” para a data.