08/12/2023 às 07h51min - Atualizada em 08/12/2023 às 07h51min

Venezuelanos e cubanos lideram pedidos de refúgio de mulheres no Brasil. Roraima é o Estado que mais recebe

Entre os refugiados, os venezuelanos constituem a maior comunidade imigrante do país, com 210.052 pedidos entre 2013 e 2022, superando os haitianos (38.884), os cubanos (17.855) e os angolanos (11.238). Mas o volume de remessas para a Venezuela permaneceu muito inferior ao de outros países.

- Fonte: Obmigra
Refugiadas venezuelanas chegam ao Estado de Roraima, na fronteira Norte: Foto: Agência Estado
As mulheres representam 45% dos pedidos de refugiados no Brasil nos últimos nove anos, com venezuelanos e cubanos na linha de frente, segundo relatório divulgado nesta pelo Observatório Internacional de Migrações (Obmigra ). A organização, criada em 2013 pelo Ministério do Trabalho e agora dependente do Ministério da Justiça, indicou que as mulheres e as crianças que as acompanham representam a maioria dos migrantes com pedidos de refúgio no Brasil.

De 2013 a 2022, o número de pedidos de refúgio feitos por mulheres aumentou de 10,5% para 45% e os pedidos de crianças menores de 15 anos aumentaram de 6,5% para 12,2% no mesmo período.

O relatório anual indica que as mulheres venezuelanas, com 45,9% do total, e as cubanas (46,8%) foram as que mais solicitaram o estatuto de refugiado desde 2013 no Brasil.
A série histórica também identificou um aumento no número de mulheres que solicitam residência no país, incluindo não refugiadas, passando de 34,1% em 2013 para 42,9% em 2022.

Segundo o relatório, os estados que mais registraram mulheres imigrantes foram Roraima, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Amazonas e Rio Grande do Sul.
Segundo o coordenador de estatística do observatório, Tadeu de Oliveira, os dados mostram alterações no fluxo migratório nos últimos nove anos, principalmente daqueles acolhidos como refugiados. «Este aumento (de mulheres e crianças) é prejudicial para os grupos que costumavam vir para o país. Os jovens adultos entre os 20 e os 39 anos estão a diminuir”, afirmou o analista, citado no relatório.

Entre os refugiados, os venezuelanos são a maior comunidade migrante do país , com 210.052 pedidos entre 2013 e 2022, superando os haitianos (38.884), os cubanos (17.855) e os angolanos (11.238). O estudo revela ainda que entre todos os migrantes tiveram 130 mil filhos no Brasil entre 2013 e 2021, com os bolivianos liderando essa condição, com 21,3%, seguidos pelos haitianos (13,5%) e venezuelanos (12,3%).

No mesmo período, algumas origens que tiveram grande presença no século passado perderam espaço, especialmente Portugal, Espanha, Alemanha e Itália, segundo o relatório anual. Em 2022, com um total de 94.525 migrantes, mais 69,1% do que em 2021 – ano que teve restrições de mobilidade internacional devido à pandemia – 65,9% eram homens e 34,1% mulheres. Por nacionalidade, no último ano, Angola (11%) liderou a imigração no Brasil, seguida pela China (9,3%) e pela Índia (8,7%).

Em 2022, o Haiti ultrapassou a Bolívia e o Peru, tornando-se o principal destino da América Latina e do Caribe das remessas que saem do Brasil, com 87 milhões de dólares.
Os principais destinatários das remessas originadas no Brasil no ano passado foram os Estados Unidos (425,5 milhões de dólares), Portugal (375,4 milhões) e Canadá (135,6 milhões).

No caso venezuelano, o volume enviado pelos seus imigrantes no Brasil para o país de origem tem permanecido muito inferior ao de outras nações e contrasta com o seu elevado número de pessoas, concluiu o estudo.

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