10/12/2023 às 06h38min - Atualizada em 10/12/2023 às 06h38min
CONFLITO NA FRONTEIRA: Presidentes da Venezuela e Guiana se reunirão para discutir Essequibo
Maduro e Irfaan Ali terão encontro na quinta-feira (14) em São Vicente e Granadinas, país no Caribe, segundo anunciou governo local, que disse ter convidado presidente brasileiro. Mais cedo, ambos sinalizaram diálogo, após ligação de Lula a líder venezuelano.
Os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Guiana, Irfaan Ali, se reunirão na semana que vem para debater a disputa sobre Essequibo - a região da Guiana que a Venezuela alega ser sua e cuja anexação aprovou em referendo no domingo (3). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi convidado para o encontro para atuar como observador, segundo o governo guianês.
A reunião acontecerá na quinta-feira (14) em São Vicente e Granadinas, país do Caribe, segundo informou o governo local. O primeiro-ministro do país, Ralph Gonsalves, também tem atuado como intermediador no conflito e falou ao telefone com Maduro e Ali neste sábado (9). "Ambos concordaram que esta reunião seja celebrada", afirmou Gonsalves em comunicado. Na mesma nota, ele afirma que os dois lados solicitaram a presença de Lula, que falou por telefone com Maduro neste sábado.
A Venezuela afirma ser a verdadeira proprietária de Essequibo, um trecho de 160 quilômetros quadrados que corresponde a cerca de 70% de toda a Guiana e atravessa seis dos dez estados do país. A realização do referendo reascendeu a disputa, de décadas, e o temor de um conflito armado na fronteira com o Brasil. O presidente guianês confirmou que irá à reunião. O governo venezuelano ainda não havia se manifestado sobre a reunião até a última atualização desta reportagem, mas, nesta manhã, Maduro disse ter debatido a realização de "uma reunião de alto nível nos próximos dias".
As declarações ocorreram após Maduro falar por telefone com Lula. Na ligação, Lula pediu o diálogo entre os dois países sul-americanos e se disse preocupado, em uma intermediação que vinha sendo esperada ao longo da semana.
Na terça-feira (6), em entrevista exclusiva à GloboNews, o presidente guianês disse esperar que o Brasil tivesse "um papel de liderança" no embate sobre Essequibo. E, na Casa Civil, havia uma avaliação de que a diplomacia brasileira teria de adotar um papel mais ativo e abandonar a posição tradicional de não intervir em conflitos do tipo.