NOBEL DA PAZ: Corina Machado pede ajuda a Trump para tirar Maduro do poder na Venezuela

Questionada depois se ela estava pedindo diretamente uma intervenção militar dos EUA, Maria Corina Machado não respondeu diretamente.

16/10/2025 13h48 - Atualizado há 3 horas
NOBEL DA PAZ: Corina Machado pede ajuda a Trump para tirar Maduro do poder na Venezuela
Maria Corina Machado, líder da oposição na Venezuela. — Foto: AFP

Em uma entrevista à CNN após o anúncio de que Donald Trump confirmou liberação da CIA para operações terrestres na Venezuela, a líder da oposição no país e vencedora do Nobel da Paz em 2025, Maria Corina Machado, pediu 'ajuda' do presidente americano para retirar Maduro do poder.

Machado descreveu que o presidente venezuelano faz uma 'guerra' contra o próprio país e, por isso, precisa ser parado. A líder da oposição afirma que ele é líder de uma 'estrutura criminosa de narcoterrorismo'.

'No caso de Maduro e sua estrutura criminosa de narcoterrorismo, é (apoiado) pelo tráfico de drogas, tráfico de ouro, tráfico de armas e até tráfico de pessoas, e precisamos impedir que esses fluxos entrem', disse a vencedora do Nobel.

Questionada depois se ela estava pedindo diretamente uma intervenção militar dos EUA, Maria Corina Machado não respondeu diretamente, mas disse que queria ver a influência da Rússia, China, Cuba e Irã reduzida e afirmou que a Venezuela é atualmente um 'porto seguro' para organizações terroristas.

Machado elogiou as ações dos EUA como um corte no apoio ao regime de Maduro e ataques a navios. Ela também acusou Maduro de transformar a Venezuela em 'uma ameaça real à segurança nacional dos Estados Unidos'. Além disso, durante a entrevista, ela também defendeu que Trump 'com certeza' merece um Nobel da Paz pelos esforços que tem realizado, com 'eventos incríveis que estão ocorrendo atualmente no mundo'.

Queixa na ONU

A Venezuela vai apresentar nesta quinta-feira (16) uma queixa contra os Estados Unidos no Conselho de Segurança da ONU por uso da CIA. O regime de Nicolás Maduro acusa os Estados Unidos de tentar dar um golpe de Estado na Venezuela com uso do serviço secreto.

Para o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela, as declarações do presidente Donald Trump sobre operações da CIA no território venezuelano violam o direito internacional e a Carta da ONU. 

Nesta quarta-feira (15), o presidente dos Estados Unidos confirmou que autorizou operações secretas da agência de inteligência americana na Venezuela. O republicano alegou que tomou a decisão porque a Venezuela esvaziou suas prisões para mandar os criminosos aos Estados Unidos e envia drogas para o território americano. 

Segundo o jornal “The New York Times”, a agência de inteligência dos Estados Unidos agora tem permissão para conduzir operações letais - de maneira unilateral ou junto com os militares - contra Nicolás Maduro e o governo dele.

Perguntado se a CIA tem autorização para eliminar Nicolas Maduro, Trump não quis responder, mas não descartou a possibilidade de ataques militares em solo venezuelano. Autoridades na Casa Branca têm dito que o objetivo final é tirar Nicolás Maduro do poder.

Desde 2020, os Estados Unidos consideram Maduro chefe de um cartel de drogas e hoje oferecem uma recompensa de 50 milhões de dólares pela captura dele. Logo após as declarações de Donald Trump, o presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, disse que o povo venezuelano rejeita qualquer tipo de intervenção no país.

Há dois meses, os Estados Unidos intensificaram a presença militar perto da Venezuela e as ações contra o país. Em agosto, os Estados Unidos enviaram destroyers com 4 mil soldados para o Caribe. Já são mais de 10 mil militares na região - principalmente em bases de Porto Rico. 

Em setembro, os americanos começaram a bombardear barcos que, segundo Trump, eram de narcotraficantes venezuelanos e levavam drogas. Até agora, a Casa Branca não apresentou provas disso. Os bombardeios americanos já atingiram cinco barcos e mataram 27 pessoas. 

O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela informou que apresentará uma queixa contra os Estados Unidos nesta quinta no Conselho de Segurança da ONU e ao secretário-geral da organização, Antônio Guterres.


FONTE: The New York Times
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