05/02/2024 às 20h03min - Atualizada em 05/02/2024 às 20h03min

VERGONHA NACIONAL: Maternidade de lona de Denarium ganha destaque na Globo

Segundo o Ministério Público, em 2023, o hospital Nossa Senhora de Nazareth registrou 17 mortes a cada mil nascimentos - alta de 70% em relação ao ano anterior.

Em Roraima, única maternidade com UTI para bebês funciona em hospital de campanha feito de lona — Foto: Jornal Nacional/Reprodução
O Jornal da Nacional, da Rede Globo, destacou na edição desta segunda-feira (5) as precarias condições da Maternidade Nossa Senhora de Nazareth que funciona há três anos sob uma estrutura de ferro e lona. 

Atualmente, a maternidade Nossa Senhora de Nazareth funciona onde antes era o antigo hospital de campanha para pacientes com Covid. A estrutura das tendas, feita para ser temporária, é chamada pela população local de "maternidade de lona".

única maternidade com UTI neonatal em Roraima funciona há quase três anos em uma estrutura de metal e lona. A maternidade funciona, há quase três anos, usando a estrutura do hospital de campanha da pandemia de Covid.

A Nossa Senhora de Nazareth é a única maternidade pública estadual em Roraima e hoje é conhecida da população como maternidade de lona. 
Denúncias de mau atendimento, falta de insumos e altos índices de mortes de bebês são parte da rotina.

Foi lá, em junho de 2023, que o bebê da dona de casa Lídia Vanessa da Silva morreu após nascer prematuro de 32 semanas. Nos relatórios médicos em poder do Ministério Público, a criança precisava de cuidados especiais, como sessões de diálise - que nunca aconteceram. Segundo a mãe, na maternidade não tinha cateter neonatal, um insumo imprescindível para as sessões.

“Como ele era pequeno, o tinha lá era para adulto, para ele tinha que ser um fininho, que eles tinham feito um pedido de uma clínica e estavam esperando chegar, só que nunca chegou”, conta Lídia. No mesmo mês, os bebês gêmeos da dona de casa Janice de Lima de Sousa também morreram na maternidade.

“Insuficiência renal e respiratória. Faltou o diálise para fazer neles, só tinha o de adulto. Pegaram e fizeram com o cateter de adulto, fizeram só com um e no outro não”, relata. Segundo o Ministério Público, em 2023, o hospital registrou 17 mortes a cada mil nascimentos - alta de 70% em relação ao ano anterior. A média nacional é de 12,9 mortes para cada mil nascimentos.

 
Em junho de 2021, o governo de Roraima fechou o prédio da maternidade para fazer obras de ampliação e reforma, e transferiu os atendimentos para as instalações provisórias. A reforma duraria seis meses, mas as obras atrasaram, e o governo do estado prorrogou seguidamente o contrato do aluguel da maternidade de lona, que hoje custa R$ 1,2 milhão por mês aos cofres públicos.

A maternidade atende ainda a população indígena, refugiados da Venezuela e imigrantes Guiana, além de pacientes graves de hospitais particulares - nenhum deles dispõe de UTI neonatal. O Ministério Público cobra do governo do estado a ampliação do atendimento e a construção de outra maternidade.


“Não é possível você dar o melhor tratamento, a melhor atenção com essa demanda tão alta, com essas situações de medicamentos, insumos e a estrutura que os temos ali”, afirma o promotor Igor Naves.


Edson Castro, novo secretário secretário de Saúde de Roraima, subistutituto de Cecília Lorenzon, afastada pela Justiça Federal, disse que as reformas da maternidade serão concluídas em março e o novo prédio será entregue à população.

Fonte: Jornal Nacional

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