Está previsto um discurso, em que ele falará sobre as propostas do Brasil na presidência do G20, como o combate à fome e à pobreza, o desenvolvimento sustentável, a ação contra o aquecimento global e a transição energética. Também ressaltará a necessidade de cooperação entre os países do chamado Sul-Global e a segurança nas nações latino-americanas e caribenhas.
Ao participar da reunião, Lula busca uma reaproximação com os países do Caribe. A avaliação de interlocutores do governo é que a região recebia maior atenção do presidente em seus dois primeiros mandatos e, desde então, nos governos posteriores, as relações ficaram praticamente estagnadas.
Venezuela x Guiana
Na quinta-feira, Lula se reunirá com o presidente da Guiana, Irfaan Ali. A expectativa é que o confronto entre Ali e o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, será destaque na conversa. Maduro deixou claro que quer para seu país a região do Essequibo, localizada em território guianês e rica em petróleo.
Um plebiscito convocado pelo governo Maduro para a anexação da região, chamado por Caracas de Guiana Essequiba, foi aprovado por 95% dos eleitores venezuelanos que participaram da consulta, não reconhecida pela comunidade internacional.
Desde então, o Brasil tenta se colocar como mediador do conflito e, na reunião, Lula deve agradecer ao presidente da Guiana pela disposição em dialogar com o líder venezuelano, embora Georgetown já tenha deixado claro que não vai ceder.
Encontro com Maduro
Em seguida, o presidente viajará para Kingstown, capital de São Vicente e Granadinas. Ele estará na abertura da 8ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da Comunidades dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC). O Brasil retornou ao bloco em 2023.
À margem do evento, marcado para o dia 1º de março, Lula tem um encontro marcado com Nicolás Maduro. A crise com a Guiana estará na pauta, assim como a situação na Venezuela, com prisões de opositores ao governo venezuelano. O presidente brasileiro deverá pedir garantias a Maduro de que haverá eleições transparentes, justas e livres no país até o fim deste ano.