02/05/2023 às 06h47min - Atualizada em 02/05/2023 às 06h47min

Marina pede saída pacífica de garimpeiros de terra Yanomami: 'O governo vai intensificar as ações'

Garimpeiros que atuavam na terra indígena Yanomami estão sendo expulsos por forças federais. Foto: PF



A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, fez um apelo para que os garimpeiros ilegais que ainda permanecem na Terra Indígena Yanomami (TIY) deixem o local pacificamente. Até o momento, de acordo com o governo federal, cerca de 80% dos criminosos já saíram do território após as operações de segurança pública iniciadas em fevereiro.


Marina Silva e as ministras dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, e da Saúde, Nísia Trindade, participaram de um coletiva de imprensa em Boa Vista (RR) para falar sobre as ações do governo em relação à TIY. — O apelo do governo é para que saiam pacificamente, com a clareza de que o governo vai intensificar as ações. Então, o melhor caminho é da retirada pacífica, por vontade dos garimpeiros — pediu a ministra Marina Silva.

Os últimos dias têm sido marcados por confrontos entre garimpeiros, indígenas e autoridades no Território Yanomami. No sábado, garimpeiros ilegais mataram um indígena e feriram outros dois em Uxiu, dentro da terra indígena. No domingo, quatro garimpeiros foram mortos em confronto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Ibama. Segundo a PRF, os agentes estavam desembarcando de um helicóptero quando foram recebido a tiros pelos garimpeiros ilegais e revidaram.

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, afirmou que as ações para retirada de garimpeiros ilegais continuarão até que todo o território esteja livre dos criminosos.
— Não vamos recuar. Importante que se entenda essa ação integrada vai ser fortalecida e vamos continuar até que cessem todos esses conflitos e que sejam retirados todos os garimpeiros de dentro do território ianomâmi — explicou.

Guajajara afirmou que nesta terça-feira o governo fará uma reunião interministerial para discutir a intensificação das ações na Terra Yanomami. — A nossa preocupação é que tudo aconteça de forma mais pacífica possível. A gente não está de forma alguma incentivando esses conflitos, a gente quer amenizar essa situação e não queremos derramamento de sangue — disse.

Desde o início do ano, a Terra Indígena Yanomami tem passado por um processo de desintrusão de cerca de 20 mil garimpeiros ilegais. As ações de retirada dos criminosos no local foram iniciadas após envio de equipes do governo federal para atender à situação calamitosa dos povos indígenas no local. Além da malária e da fome, os indígenas ianomâmis vivem em constante conflito com garimpeiros ilegais que exploram a região.

De acordo com o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, até o momento as operações na TIY já destruíram 330 pontos de garimpo ilegal, e tiraram de operação 20 aeronaves utilizadas pelos criminosos. Segundo ele, há indícios de que um dos garimpeiros mortos durante ação da PRF e do Ibama tinha envolvimento com facções criminosas.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou que é fundamental que o território seja pacificado para que os serviços de saúde consigam chegar à população local. — As ações de saúde requerem várias outras ações , se não houver segurança no território e de uma maneira clara não for assumido o fim do garimpo ilegal pelo governo, é impossível pensar na saúde do povo indígena.

 
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