06/03/2024 às 06h05min - Atualizada em 06/03/2024 às 06h05min

Eleições presidenciais na Venezuela são marcadas para 28 de julho deste ano

Há 11 anos no comando do país, o presidente Nicolás Maduro certamente buscará a reeleição para um novo mandato de seis anos

Nicolás Maduro já está no poder há 11 anos e disputará mais ummandato de cinco anos.
Um acordo entre governo e oposição definiu 28 de julho como a data da disputa presidencial na Venezuela, segundo informações divulgadas, ontem, pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). As candidaturas serão registradas entre os dias 21 e 25 deste mês. Há 11 anos no comando do país, o presidente Nicolás Maduro certamente buscará a reeleição para um novo mandato de seis anos, embora não tenha feito o anúncio oficial.

Do lado da oposição, a ex-deputada liberal María Corina Machado venceu as primárias da principal coalizão, a Plataforma Unitária, mas o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) ratificou, em 26 de janeiro, sua inabilitação política. Apesar disso, María Corina insiste em suas aspirações de concorrer. A campanha eleitoral está prevista de 4 a 25 de julho, acrescentou o presidente do CNE, Elvis Amoroso.

Após a confirmação da inabilitação de María Corina Machado, os Estados Unidos anunciaram que reativariam suas sanções contra o petróleo, o gás e o ouro da Venezuela, que haviam sido flexibilizadas depois dos acordos para a realização de eleições.

Corrupção
Em meio às deliberações do CNE, Nicolás Maduro se envolveu numa contenda com o canal de notícias alemão Deutsche Welle (DW) por conta da exibição de uma reportagem sobre corrupção no país caribenho. O presidente venezuelano chamou a emissora de "nazista".

Segundo denúncia do Sindicato Nacional de Trabalhadores de Imprensa (SNTP), na rede social X (antigo Twitter), o canal saiu do ar em duas das maiores operadoras de TV a cabo locais. Maduro acusou a DW de participar de uma campanha midiática contra a Venezuela, uma acusação comum do presidente contra a imprensa internacional.

"Tem uma campanhazinha dirigida pela CNN, Associated Press, por todos esses veículos, entre eles, um veículo nazista da Alemanha, a Deutsche Welle. Uma campanha dizendo que os venezuelanos são responsáveis por todos os crimes cometidos hoje no mundo", disse o presidente em seu programa de TV semanal. "Alerta para essa campanha, que é para manchar a Venezuela e, por fim, tentar me manchar".

Por meio de um comunicado, o diretor da rede alemã, Peter Limbourg, pediu ao governo venezuelano "que restaure o mais rápido possível a distribuição do canal". Ele assinalou que "o cancelamento da distribuição da DW é um ataque severo à liberdade das pessoas na Venezuela de se informarem de forma independente". "Milhões de pessoas fugiram da Venezuela durante o regime de Maduro. Praticamente não há liberdade de imprensa. Reagir com comparações absurdas a uma crítica fundamentada em fatos é algo que combina com esse perfil", criticou Limbourg.

Na reportagem, a DW acusa políticos do alto escalão da Venezuela de envolvimento no narcotráfico, no garimpo ilegal e com a extorsão. Maduro também criticou relatos sobre a expansão do grupo criminoso venezuelano Tren de Aragua em países latino-americanos.

A Deutsche Welle indicou que seus conteúdos ainda são acessíveis na Venezuela por meio do site dw.com e nas redes sociais. O ministro venezuelano da Comunicação, Freddy Ñáñez, chamou de falsa a reportagem.

Organizações que defendem a liberdade de expressão denunciaram "uma escalada" contra os veículos de comunicação na Venezuela durante duas décadas de governos chavistas, documentando o fechamento de mais de 200 jornais, rádios e emissoras de TV.

 
 

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