03/05/2023 às 05h57min - Atualizada em 03/05/2023 às 05h57min

Polícia Federal envia grupo de lite para investigar mortes na terra indígena Yanomami em Roraima.

Grupo de policiais de elite da Polícia Federal vai investigar assassinatos ocorridos na reserva Yanomami em Roraima. Foto: PF


A Polícia Federal ainda apura o que causou as mortes de oito garimpeiros, cujos corpos foram encontrados em uma área da reserva Yanomami em Roraima, onde no sábado (29), garimpeiros assassinaram um indígena e balearam mais dois. Como as vítimas não são indígenas, pessoas envolvidas na apuração acreditam que a ação tenha sido uma retaliação pelo ataque sofrido no sábado, quando a comunidade fazia uma cerimônia fúnebre.

Foi instaurado um inquérito para apurar as mortes e encaminhadas para o local equipes de elite, do Comando de Operações Táticas e do Grupo de Pronta Intervenção. O diretor de Amazônia da corporação também visitou a região. Também em razão do confronto entre PRF (Polícia Rodoviária Federal) e Ibama (órgão ambiental) com garimpeiros ligados ao tráfico de drogas, no domingo (30), a PF intensificou as ações em toda a Terra Indígena Yanomami.

"Foram realizadas perícias e levantamentos no local onde os corpos foram encontrados e a Polícia Federal já articulou com as demais forças de Segurança Pública e Defesa envolvidas na Operação Libertação a retirada dos corpos do local e realização dos exames médico-legais para se descortinar as causas das mortes e coleta de outras informações que auxiliem na elucidação do ocorrido", afirmou a PF em nota.

Os corpos foram encontrados no domingo, durante um sobrevoo de agentes da PRF. Eles estavam boiando na água, em um barranco, em uma região de garimpo, e pelo menos um deles foi atingido por uma flecha. As mortes marcam uma escalada da violência na região desde o início da operação de desintrusão do garimpo do território, comandada pelo governo federal. Após o confronto no último sábado, já havia a expectativa de que a violência se agravasse.

Nesta segunda-feira (1º), associações indígenas afirmaram que a comunidade Uxiú havia se organizado para atacar barcos de garimpeiros que passarem próximos às margens do rio Mucajaí. "Isso significa que pode ocorrer a qualquer momento mais uma tragédia naquela região."

Segundo nota conjunta da Hutukara Associação Yanomami (HAY) e Texoli Associação Ninam Estado de Roraima (Taner), entidades que atuam na região, o ataque do sábado que terminou com a morte de um indígena ocorreu quando a comunidade participavam de uma cerimônia fúnebre. 

O agente de saúde Ilson Xirixana, 36, que trabalhava no Distrito Sanitário Indígena Yanomami (Dsei-Y), foi atingido na cabeça, segundo as associações. 

A cerimônia acontecia às margens do rio Mucajaí. Após o ataque, de acordo com o relato, os indígenas iniciaram uma perseguição a barco contra os garimpeiros. Os invasores teriam feito novos disparos e atingido outros dois indígenas, que permanecem internados.

 
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