25/03/2024 às 11h36min - Atualizada em 25/03/2024 às 11h36min
DITADURA: Maduro a um passo de excluir oposição na Venezuela
Esta segunda (25) é o último dia para a inscrição de candidatos, mas oposição tem sido bloqueada na plataforma virtual criada pela comissão eleitoral
O ditador venezuelano Nicolás Maduro está a um passo de seguir o caminho do ditador russo Vladimir Putin e excluir a oposição das eleições, marcadas para o dia 28 de julho.
As inscrições para os candidatos da eleição presidencial venezuelana se encerram nesta segunda, 25 de março.A oposição, contudo, não tem conseguido inscrever sua candidata, a professora de filosofia Corina Yoris.
Corina Yoris foi escolhida pela Plataforma de Unidade Democrática, PUD, depois que a ditadura prendeu sete assessores de campanha de María Corina Machado. Antes disso, María Corina foi inabilitada por quinze anos pelo Judiciário submisso a Maduro. A ditadura também tem atrapalhado a candidatura da oposição de diversas formas.
O Conselho Nacional Eleitoral, CNE, criou uma nova metodologia, em que os candidatos obrigatoriamente devem se inscrever por uma plataforma virtual.
A oposição, após várias perseguições e ações judiciais, tem apenas dois partidos habilitados para inscrever candidatos. Mas toda vez que esses dois partidos tentam usar o site do CNE para apresentar seus candidatos, eles são bloqueados. Nenhuma explicação oficial é dada para essas falhas no sistema.
O problema não aparece com partidos ligados ao regime, que conseguiram inscrever nove candidatos. Todos são aliados de Maduro e tiveram suas inscrições transmitidas pelo canal de televisão estatal VTV.
“Maduro está criando uma oposição falsa para não ter nenhum tipo de competidor autônomo em julho“, diz o sociólogo venezuelano José Guillermo Pérez.
O método é idêntico ao usado na Rússia, onde a comissão eleitoral recusou abaixo-assinados para permitir a inscrição de candidaturas de oposição. Apenas membros da “oposição sistêmica“, servis ao ditador Putin, foram autorizados a participar da fraude eleitoral.
Se Maduro não permitir nenhum candidato da oposição, não haverá a menor chance de que as eleições de 28 de julho sejam limpas e justas.