25/03/2024 às 20h38min - Atualizada em 25/03/2024 às 20h38min
Líderes do agronegócio em Roraima condenam queimadas e pedem que população denuncie crime
Produtores estão mobilizando a sociedade para ajudar a combater os incêndios. Foto Divulgação Produtores rurais de diversos segmentos se uniram para pedir apoio da população para denunciar incêndios criminosos, que além de prejudicar a saúde de toda a população de Roraima, estão causando graves prejuízos financeiros e ambientais.
O pedido foi feito durante entrevista na tarde desta segunda-feira, 25, com o presidente da Coopercarne, André Prado; o vice-presidente da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Roraima, Jorge Fukuda; o presidente da Associação dos Arrozeiros do Estado de Roraima, Genor Faccio e o empresário do agronegócio, Ermilo Paulo.
“Nós chamamos a imprensa para pedir ajuda da nossa comunidade para nos ajudar no combate dessas queimadas, desses incêndios que estão devastando nossas propriedades. Todo o patrimônio do produtor rural é justamente a propriedade. Então, a gente quer, através de um esforço coletivo, que nos ajudem”, disse André Prado.
Aos produtores, ele orientou que façam Boletim de Ocorrência. A ideia é ter um mapeamento dos casos para a realização de políticas públicas de prevenção. “A estiagem vai continuar. De quatro em quatro anos ela volta, por causa dos fenômenos climáticos, então a gente tem que ser organizado, para estarmos preparados para as próximas estiagens”, declarou.
Jorge Fukuda esclareceu que, ao contrário do que muita gente pode pensar, produtor não gosta de fogo. “Às vezes, o pessoal imagina que nós gostamos de tacar fogo e deixar alastrar, mas não é verdade. Fogo é uma coisa que a gente evita mesmo, porque os prejuízos são muito grandes. Para plantar, temos que comprar semente, preparar a terra, adubação, não sai por menos de R$ 1.000,00 por hectare, então a gente não faz uso do fogo, porque não tem controle, quando ele se alastra, muitas vezes o produtor só consegue salvar a sua vida”, pontuou.
O presidente da Associação dos Arrozeiros, Genor Faccio, corroborou: “o que menos nós queremos é fogo”. Ele ponderou, no entanto, que ainda existe a cultura de queimar o lavrado, destacando a necessidade de campanhas de conscientização para que as pessoas que ainda utilizam essa forma de manejo na produção, possam abolir completamente.
Já o empresário Ermilo Paludo cobrou o apoio do governo federal para conter as chamas. Segundo ele, faz dois meses que a Terra Indígena Yanomami está queimando, sem que se tenha notícias de ações efetivas do governo federal para controlar as chamas.
Paludo mencionou dados, lembrando que 65% das terras de Roraima são federais, ao passo que os produtores ocupariam uma extensão de aproximadamente 5%, sendo “mentiroso” afirmar que o setor produtivo seria o responsável pelos incêndios.